Dez segundos, pouco tempo, mas o suficiente para passar pela segurança de um veículo, cujo modelo mais barato custa quase R$ 300 mil. Essa era a facilidade que um grupo especializado em furtos de caminhonetes tinha para arrombar as portas de Toyotas Hillux em bairros nobres de Cuiabá e Várzea Grande. Armados com chaves de fendas e aparelhos que conseguiam clonar o sinal que ligava a caminhonete, o grupo teria sido responsável por furtar mais de 60 veículos no primeiro trimestre do ano.
Esses dados são resultados das investigações da Operação Kuron, deflagrada pela Delegacia Especializada de Roubos e Furtos de Veículos de Cuiabá (Derfva), na manhã desta terça-feira (04). Em coletiva com a imprensa, os delegados Diego Alex Martimiano da Silva e Edson Arthur Teixeira Peixoto deram detalhes sobre a ação do bando e a falha de segurança do veículo.
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“Não sei qual é o problema de segurança da caminhonete, ou o que acontece, mas há vídeos, e nos vídeos que a gente tem analisado dos furtos, o meliante consegue abrir a caminhonete com uma chave de fenda. Ele insere a chave de fenda ali no local da chave e vira, em 10 segundos a caminhonete está aberta”, comentou Diego.
Dentro do carro, os bandidos tinham acesso à parte eletrônica do veículo e com um segundo aparelho, mais sofisticado, os criminosos só precisavam ligar a caminhonete uma vez para conseguir clonar o seu sinal em uma chave virgem.
“A gente já pesquisou, em torno de R$ 40 mil custa um aparelho desse, que eles conseguem fazer uma cópia da chave dentro do veículo, sem acessar nada. Eles abrem com esse método da chave de fenda, o veículo emite um sinal, por um sensor de presença e eles conseguem captar esse sinal do veículo e jogam a codificação da caminhonete para aquela chave, e aquela chave passa a ser a chave do veículo. O único problema que eles têm é que não pode desligar o veículo, porque se desligar aquela chave não funciona mais, é para dar a primeira ignição. Então eles ligam aí, enquanto a caminhonete estiver ligada, não tem problema nenhum”, explicou o delegado.
Em posse dos veículos, os criminosos iam para Bolívia, onde os trocavam por entorpecentes. Outro método que os criminosos tinham para lucrar com o furto dos veículos era através da extorsão dos antigos donos, exigindo dinheiro para devolver o carro.