Preso nesta manhã de quinta-feira, 23 de fevereiro, por tirar a vida de sete pessoas, Edgar Ricardo de Oliveira afirmou que queria “poupar vidas”. A fala foi feita informalmente à Polícia e a repórteres, quando questionado o motivo por assassinar, entre as vítimas, uma criança de apenas 12 anos. O crime foi cometido na última terça-feira (21) em um bar de Sinop (480 km de Cuiabá) e chocou o Mato Grosso e todo o país.
A declaração informal foi repassada à imprensa pelo delegado da divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa de Sinop, Bráulio Junqueira. Ele também adiantou que o assassino já confessou o crime.
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“Ele vai responder por homicídio qualificado, são sete homicídios. Informalmente ele já confessou, não tem como ele negar”, declarou o delegado.
Junqueira também explicou que Edgar foi detido já fora do flagrante, mas permanecerá preso por determinação da Justiça. A Polícia já tinha entrado com pedido de prisão preventiva contra o criminoso. Inicialmente, a prisão tem período de 30 dias, podendo esse prazo ser ou não prorrogado.
O assassino deverá permanecer no Presídio Ferrugem, em Sinop. Até o fechamento desta matéria, não havia informação oficial se Edgar ficará separado dos outros detentos ou em convívio direto com eles. A decisão cabe ao Sistema Penitenciário.
Edgar anunciou que se entregaria à Polícia na tarde de quarta-feira (22), quando seu comparsa foi localizado por policiais do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) e acabou morto após entrar em conflito com os agentes. Ezequias Souza Ribeiro chegou a ser socorrido, mas morreu no hospital.
O aviso de sua rendição foi feito pelo advogado Marcos Vinicius e foi condicionada à presença da imprensa, para garantir a integridade física. À imprensa, ele declarou que seu cliente está arrependido pelo que fez e adiantou que o caso tem os requisitos para ser julgado por um Tribunal do Júri, quando cidadãos comuns decidem o destino do réu.
“Ele será ouvido, em seguida a autoridade policial abrirá inquérito, terá todo o trâmite de investigação. Posteriormente, irá ao Ministério Público, ocorrerá a denúncia e, certamente, é um caso típico de Tribunal do Júri. Ou seja, serão pessoas da própria sociedade que vão, no final das contas, julgar esse caso”, disse.
TERÇA-FEIRA SANGRENTA
O terrível crime que chocou o estado teve como palco um bar localizado em Sinop. Informações preliminares apontam que os dois assassinos perderam uma aposta de jogo de sinuca e não aceitaram as brincadeiras feitas pelas vítimas.
Todo o crime foi registrado por uma câmera de monitoramento do local e chocou o país. A chacina chegou a repercutir em jornais de outros países.
As imagens mostram que Ezequias foi o responsável por render as vítimas e as conduzir todas para o mesmo lugar, contra a parede. Ele estava armado com uma pistola.
Enquanto isso, Edgar foi até a caminhonete, onde pegou uma escopeta calibre 12, esta usada para tirar a vida de suas vítimas. Aproveitando que as pessoas estavam próximas, ao lado uma das outras, Edgar começou a atirar.
Em meio ao caos, algumas pessoas tentaram fugir. Larissa Frazão de Almeida, de 12 anos, foi uma dessas. Ela chegou a correr para salvar sua vida, mas foi assassinada no meio da rua. Dentro do bar, seu pai, Getúlio Rodrigues Frazão Júnior, de 36 anos, também perdeu a vida. Os dois estavam com Raquel Gomes de Almeida, mãe de Larissa e esposa de Getúlio. Ela sobreviveu ao ataque.
A família chegou há pouco tempo do Maranhão, em busca de uma vida melhor. Getúlio já vivia na região há três e recebia a visita da esposa e da filha. Desta vez, após se estabilizar, a família decidiu se reunir.
Depois do crime, Edgar e Ezequias fugiram em uma caminhonete. O carro foi localizado horas depois, abandonado, com a escopeta, munição e uma garrafa de bebida.
O esforço para capturar os suspeitos mobilizou, além das forças de segurança de Sinop, o Batalhão de Operações Especiais (BOPE) e o Ciopaer.
Ezequias, responsável por render as vítimas, já possuía passagens por porte ilegal de arma de fogo, roubo, formação de quadrilha, lesão corporal e ameaça. Ele também tinha um mandado de prisão em aberto.
Já Edgar possuía o certificado de Caçador, Atirador e Colecionador (CAC) e exibia nas suas redes sociais a prática do tiro. Edgar também possuía uma passagem criminal por violência doméstica
AS VÍTIMAS
Adriano Balbinote – 46 anos;
Elizeu Santos da Silva – 47 anos;
Getúlio Rodrigues Frazão Júnior – 36 anos;
Josué Ramos Tenório – 48 anos;
Larissa Frazão de Almeida – 12 anos;
Maciel Bruno de Andrade Costa – 35 anos;
Orisberto Pereira Sousa – 38 anos.