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Polícia Quarta-feira, 04 de Setembro de 2024, 17:12 - A | A

Quarta-feira, 04 de Setembro de 2024, 17h:12 - A | A

CASO MÁRIO MARTELLO

Assassino de ex-patrão é dissimulado e mentiu sobre acidente, diz delegado

Bruna Cardoso

Repórter | Estadão Mato Grosso

Igor Guilherme

Repórter | Estadão Mato Grosso

Preso pelo assassinato do empresário Mário Martello Júnior, de 68 anos, Gilvânio dos Santos, 27, disse à Polícia Civil que a morte teria sido acidental. Porém, a versão do suspeito contrata com o laudo preliminar da Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec), que constatou que o empresário sofreu diversas fraturas no crânio e um dente quebrado. A informação foi revelada pelo delegado Bruno Abreu, responsável pelo caso, em entrevista coletiva nesta quarta-feira, 4 de setembro.

Em depoimento à polícia, Gilvânio contou que foi demitido na sexta-feira, 30 de agosto, e no sábado, 31, foi ao local de trabalho para cobrar seus direitos trabalhistas. Os dois teriam discutido e, segundo o suspeito, Gilvânio empurrou o empresário, que teria batido a cabeça no muro e morrido. Porém, o delegado não acredita nesta versão da história, devido às lesões que foram encontradas no cadáver.

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“Ele diz que entrou em desentendimento com o patrão e ocorreram destratos. Ele é um pouco dissimulado, ele tá tentando jogar aí um crime de lesão corporal seguida de morte, que é diferente de um homicídio e latrocínio, mas a perícia médica legal vai comprovar que foram efetuados diversos golpes na cabeça, na parte de trás. Quebrou os ossos do crânio dele atrás. Então, nenhum objeto, nenhuma pancada que tenha originado pelo próprio peso teria força pra ocasionar essas lesões”, explicou o delegado.

Além disso, o delegado contou à imprensa que Gilvânio foi ao local já com a intenção de cometer o crime. Isto porque, em conversa com o preso, o delegado entendeu que o ex-funcionário pretendia conseguir algum dinheiro que a vítima, em tese, estava lhe devendo.

“Porque ele desentendeu com o patrão, ele pediu as contas na sexta-feira, o patrão em tese já estava devendo alguns direitos a ele, algum dinheiro, e ele foi lá não só pra conversar, ele já foi na intenção de... ele premeditou. Ele já foi na intenção de obter dinheiro do patrão, né? [...] Se a intenção dele fosse realmente uma briga que teria ocasionado essa morte de forma culposa, ele não teria motivo para pegar o cartão do patrão e ter feito isso aí”, finalizou.

SOBRE O CASO

Mário Martello Júnior, de 68 anos, foi encontrado morto nos fundos de sua empresa de reciclagem na tarde desta terça-feira, 3. Ele estava desparecido desde domingo, 1º de setembro, quando havia marcado um almoço com seu filho.

Poucas horas após o corpo do empresário ser encontrado, a inteligência do Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE) prendeu Gilvânio dos Santos, de 27 anos, ex-funcionário da empresa de reciclagem. A ex-esposa de Gilvânio também foi detida, mas foi liberada pouco depois.

O casal foi localizado e preso na região do Contorno Leste. A mulher foi liberada após a DHPP descartar a participação dela no crime, mas ela ainda deve responder por receptação culposa.

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