O momento é propício para o autoconhecimento e a internet está repleta de cursos e sugestões para que as pessoas consigam lidar com a situação e tirem bom proveito do tempo livre adquirindo novas habilidades, quer sejam profissionais quer sejam emocionais. É natural que algumas pessoas embarquem nessa busca incessante e acabem abarrotadas de tarefas e atividades que preencham a agenda enquanto a vida não volta à rotina de antes.
Diante de tanta oferta e impulso para se inscrever em todos os cursos possíveis, algumas perguntas podem contribuir para o autoconhecimento e conexão consigo: - é necessário mesmo preencher toda a agenda? Preciso me inscrever em todos os cursos que aparecerem só pelo motivo de serem gratuitos? Como seria se além do isolamento você não tivesse a internet ou o telefone celular? Já parou para pensar?
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Há muito tempo o homem foi perdendo a conexão com a sua própria existência, foi deixando de olhar as fases da lua, de ouvir o vento e notar a sua direção. O barulho da água ficou por conta do barulho do chuveiro ou da torneira. E a internet fechou com chave de ouro cada um no seu cantinho, o contato virtual virou a regra e visitar alguém... bem, pode até acontecer. Mas antes a pergunta: o que vai ter para comer e beber?!
Há algumas semanas ouvi o Caetano Veloso dizer em uma entrevista que não usa celular, e o meu sentimento foi o mais abominável possível: senti inveja! E até me perguntei em silêncio: por que você não tenta?! Ora bolas, que pergunta tola, me respondi! E complementei justificando: - como agendaria os pacientes? Como gravaria para a rádio e escreveria para o jornal? E hoje acrescento uma nova pergunta: como manteria o meu sustento agora, pelas razões que todos conhecem e o Conselho de Psicologia determinou que os atendimentos sejam preferencialmente on-line?
Concluindo: eu não posso ficar sem celular e muito menos sem conexão com a internet! Penso que já estávamos isolados há muito tempo, concordo que as novas regras incomodam e causam sofrimento mental sim, e provavelmente o incômodo maior ocorra porque a decisão não está partindo de uma escolha pessoal mas por uma questão de proteção e recomendação da Organização Mundial da Saúde – um órgão sério que não usaria a situação para política, conforme presenciamos de manhã, de tarde ou de noite, basta ligarmos a TV durante os telejornais ou nos conectarmos à internet.
Então, o que fazer? Cada um sabe das suas necessidades e daquilo que te traz paz, serenidade e calma, recursos emocionais importantes para enfrentarmos momentos como este. A sugestão é muito simples: vai tentando se ouvir, se perceber, e, por que não: tente voltar no tempo, aí mesmo na sua memória, vá encontrando as memórias boas dos bons tempos. Tente fortalecer sensações positivas lembrando de situações em que você se encontrou amedrontado(a) e sem saída e no fim surgiu uma saída, uma solução, uma luz... Nesse momento sorria, e acredite: isto que estamos vivendo hoje também vai passar!
PSICÓLOGA SANI RAQUEL DE SOUZA NEVES. CRP 18/01332. Psicologia Clínica. Esp. Gestão em Saúde UAB/UFMT. Sexologia Clínica. Constelação Familiar Sistêmica. Terapia EMDR. 65 999821308. Instagram:sanineves.psicologa
