Entre a mãe que você idealiza e a mãe que te gerou, fique com a mãe que te deu a vida! Não tente conectar as duas na mesma pessoa, isto nem sempre é possível. O seu ideal de mãe não vale para esta mulher que também tem as suas dificuldades, limitações e incompreensões que somente ela conhece e a ela pertencem! Aprendi isto estudando a teoria da Constelação Familiar Sistêmica de Bert Hellinger e, pouco a pouco, fui compreendendo o que é tomar a mãe – olhar para a mulher, para a humana que já existia antes daquela que um dia se tornou a mãe.
Na clínica, não raramente, surgem casos em que o conflito com a mãe é a origem de tantos outros conflitos e dificuldades de toda ordem na vida. É delicado quando a mulher-mãe apresenta as características de uma personalidade perversa narcisista e falar sobre assenti-la choca e, não raramente, causa desconforto! É compreensível, porém; passado o choque inicial, vem a questão: como tomar e lidar com essa mulher tão importante que é a genitora mas que em dado momento pode também ter te abandonado, rejeitado ou trocado por um homem? Que pode ter te 'metralhado' com duras críticas e julgamentos a vida toda! Que pode ter te levado ao limite da carência diante do abandono, ainda que ela estivesse no quarto ao lado!
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Um exercício que pode contribuir para curar essas feridas é olhar para a mulher, além da mãe, volto a dizer... aquela que já existia e com uma história de vida que você nada ou muito pouco conhece, e agradecê-la por ter permitido o seu nascimento, pois foi assim que ela tornou-se mãe e você veio ao mundo! Deixe de lado a mãe idealizada, não a compare com a mãe do melhor amigo, do primo ou do vizinho, pois isso só aumentará a dor e não levará a nenhum lugar melhor... Deixe de lado a mãe sonhada e assinta que esta é a melhor mãe que você poderia ter! Pois foi esta que te possibilitou a vida, que suportou dores e tantas situações que você talvez nunca venha a saber... para te proteger! Que te alimentou desde o ventre para dar a você o dom maior: a vida!
Somente com a vida você pode fazer o que escolher e lutar até cansar! Sem vida, nada se constrói. Guarde isso... E então, se deseja ser feliz e ir pra vida de cabeça erguida, jogue fora os julgamentos, deixe de lado as suas exigências tão supérfluas, abrace a vida e siga em frente.
E é como sempre digo: se ficar muito difícil sozinho(a), busque ajuda psicológica, as Constelações não são mágicas e apenas ter contato com um conhecimento ou informação fará sentido ou trará os resultados esperados para todos. Algumas vezes, será necessário, sim, segurar a mão da sua ou do seu terapeuta por um tempo, e só lá na frente soltar e concordar que você tem a melhor mãe que poderia ter!
Boa reflexão e um feliz Dia das Mães a todos!
PSICÓLOGA SANI RAQUEL DE SOUZA NEVES. CRP 18/01332. Psicologia Clínica. Esp. Gestão em Saúde UAB/UFMT. Sexologia Clínica. Constelação Familiar Sistêmica. Terapia EMDR. 65 999821308. Instagram:sanineves.psicologa
