O governador Mauro Mendes (União Brasil) entrou com uma ação judicial contra o prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB), pedindo indenização de R$ 100 mil. A petição é assinada pelo advogado Hélio Nishiyama e cita que o governador e sua família têm sido alvo de um “apedrejamento virtual” supostamente promovido pelo prefeito da capital.
Para a defesa do governador, as críticas de Emanuel e seu grupo político formam uma “asquerosa tentativa de ‘apedrejamento virtual’ através da fabricação e pulverização de fake news (notícias falsas), criação de memes e outros conteúdos digitais falaciosos e ofensivos contra o autor e sua família”, diz trecho da petição.
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Não é de hoje que Emanuel Pinheiro e Mauro Mendes ‘trocam farpas’ por meio da imprensa. A petição inicial de Mauro Mendes traz um pouco da história do governador, que veio para Mato Grosso ainda novo, formou família e prosperou no ramo empresarial, vindo a se tornar prefeito de Cuiabá e governador do Estado.
Fica claro no documento que o relacionamento belicoso entre os dois gestores públicos se intensificou na campanha de reeleição de Emanuel Pinheiro em 2020, quando o governador declarou apoio a Roberto França no primeiro turno e a Abílio Brunini no segundo turno, participando ativamente da campanha eleitoral.
O advogado de Mauro afirma que, naquela época, Emanuel chegou a acionar a Justiça para tentar impedir o governador de falar “quaisquer tipos de mensagens e falas que possam macular a imagem do requerente”, não obtendo sucesso na Justiça. Além disso, Emanuel chegou a propor outras ações contra o governador e também adversários.
A ação também cita outras operações que teve a prefeitura de Cuiabá como alvo, como a Operação Capistrum, Overpriced, Curare, Overlap, Cupincha, dentre outras.
“De modo especial, verifica-se especial esforço do requerido em tentar silenciar qualquer comentário sobre os seus afastamentos do cargo de Prefeito Municipal tanto pelo juízo da Vara Especializada de Ações Coletivas quanto pelo Desembargador Luiz Ferreira da Silva”, afirma o documento.
Por outro prisma, a ação afirma que Emanuel promove fortes ataques ao governador. O mais recente foi em uma entrevista coletiva na última terça-feira (20), onde Emanuel e Márcia Pinheiro acusaram o filho de Mendes, Luis Antonio Taveira Mendes, de enriquecer ilicitamente, por meio de suposta corrupção praticada por Mendes em favor do filho.
“O grupo político adversário, entendendo ainda mais fragilizada a sua campanha em razão da gravidade dos fatos que lhe são imputados na Operação Capistrum, engendrou uma manobra mirabolante no intuito de lançar uma cortina de fumaça sobre o assunto e simultaneamente proferir insinuações caluniosas, difamatórias e injuriantes em desfavor do autor e seus familiares”, consta.
Além disso, o advogado cita uma entrevista dada por Emanuel a um podcast, onde não faltaram adjetivos para criticar Mauro Mendes. Emanuel chegou a afirmar que Mauro e o ex-governador Silval Barbosa ‘disputam pau a pau’ o título de ‘maior corrupto da história de Mato Grosso’, além de chamar Mendes de ‘desqualificado’, ‘oportunista’ e ‘leviano’.
“Esclareça-se que a causa de pedir exposta na presente demanda não se adstringe exclusivamente às declarações do requerido no aludido programa, mas sim à conjuntura de fatores evidenciada pela somatória de atos ilícitos que se verifica no caso em julgamento”, afirma.
