O subtenente aposentado da Polícia Militar, Elias Ribeiro da Silva, de 34 anos, teve sua prisão em flagrante convertida em preventiva após a audiência de custódia realizada na última segunda-feira, 24 de março, no fórum de Colniza (1.054 km de Cuiabá). A audiência foi conduzida pelo juiz substituto Guilherme Leite Roriz, que decretou também que Elias fosse conduzido à unidade prisional de Chapada dos Guimarães, local para onde policiais militares são conduzidos após serem presos. Elias foi preso em flagrante ainda neste domingo, 23, por matar o jovem Claudemir Ribeiro, de 26 anos, na mesa de um bar do município.
Contudo, Elias é aposentado e estava bêbado no momento que matou Claudemir. Por conta disso, por estar fora do seu dever como policial militar, Elias deveria ser enviado à Cadeia Pública de Colniza, porém a unidade está superlotada.
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“É bem verdade que na Lei Complementar n° 555, de 29 de dezembro de 2014, do Estado de Mato Grosso, consta a prerrogativa de recolhimento em unidade prisional militar, em virtude de sentença condenatória transitada em julgado por crime militar ou crime cometido no exercício da atividade profissional. Não é o caso dos autos, uma vez que o custodiado está aposentado e não estava no exercício da atividade profissional. De outro lado, entendo necessária a ponderação entre os direitos previstos na Lei de Execuções Penais e na Constituição Federal.
"O custodiado é Policial Militar aposentado. A Cadeia Pública de Colniza está com superlotação, não havendo a possibilidade de garantia da integralidade física e psicológica do custodiado. É dever do estado a garantia de que o período de segregação do custodiado seja com proteção de sua integridade física e psicológica. Assim, entendo que, no presente momento, o custodiado deverá ser IMEDIATAMENTE encaminhado para a Unidade Prisional Militar de Chapadas – MT”, diz trecho da decisão.
Além disso, o juiz também expediu um mandado de busca e apreensão para verificar a existência de outros objetos que auxiliem na investigação.
O celular do policial passará por exame na Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec), que irá vasculhar as redes sociais do policial em busca de mais provas a serem incluídas no inquérito.
Elias também era diretor de uma escola militar do município e foi exonerado do cargo logo que o caso veio à tona.
ACHOU QUE ERA DE FACÇÃO
Na versão do policial, que se entregou em casa e sem reagir, ele chegou a conclusão que o jovem era membro de uma facção e por isso atirou.
Para o delegado Ronaldo Binoti Filho, da delegacia da Polícia Civil de Juína, o policial chegou a essa conclusão porque estava bêbado.
“Trata-se de um segurança de uma fazenda do município de Colniza, um indivíduo bastante querido lá na cidade e a gente acredita que essa confusão é gerada na cabeça do militar responsável pela execução, tem-se proveniente do consumo excessivo de bebida alcoólica”, explicou o delegado em entrevista ao Programa Cadeia Neles.
Ronaldo ainda diz que o próprio Elias confirmou que havia bebido em outros lugares antes de ir para o bar onde matou Claudemir.
“Ele chega em uma mesa com três pessoas. Três pessoas que não eram suas amigas... os rapazes não demonstram em momento alguma reação à chegada do policial, inclusive a gente já ouviu um dos meninos que estavam sentados à mesa e não houve risco a vida ou integridade tanto do PM quanto das demais pessoas que estavam na mesa. Ao que nos parece aqui foi um homicídio muito cruel”, explicou o delegado.