Paulo Witer Farias Paelo, conhecido pelo apelido W.T e identificado como uma das lideranças da facção criminosa Comando Vermelho, em Cuiabá, era considerado “Braço Forte” do faccionado “Sandro Louco”, considerado o líder supremo do Comando Vermelho no estado. A relação entre os dois é apresentada no relatório do Núcleo de Inquéritos Policiais da Capital (Nipo) à Justiça.
No documento, que a reportagem do Estadão Mato Grosso teve acesso, é descrito que Paulo também exerce forte influência no bairro Jardim Florianópolis, onde ele exerce a figura de ídolo, aos jovens da região. Um episódio que evidência o prestígio de Paulo foi quando ele deixou a Penitenciária Central do Estado (PCE) e organizou uma queima de fogos em comemoração.
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“Homem de confiança de Sandro Louco, denominado líder supremo do Comando Vermelho, Paulo Ita é também conhecido como “Fiel Coroa”, em alusão a sua fidelidade à organização criminosa, o que lhe rendeu a ascensão na hierarquia da facção após sua soltura, sendo o atual tesoureiro/contador geral e responsável por toda a contabilidade da “ORCRIM” no Estado de Mato Grosso”, diz trecho da decisão.
Dentre as várias atividades ilícitas exercidas por Paulo, estava também a lavagem de dinheiro. Um dos estabelecimentos usado pelo tesoureiro, segundo as investigações, era o Supermercado Alice, em Várzea Grande. Segundo as investigações, o estabelecimento lavou mais de R$ 17 milhões à associação criminosa.
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Outro meio de lavar dinheiro e também de angariar fundos ao Comando Vermelho era um time de futebol, conhecido como “Amigos WT” e que disputa campeonatos amadores de futebol, incluindo o Peladão Mato Grossense, onde segue competindo.
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Na decisão, é dito que vários faccionados tomaram posições dentro do time, agindo como jogadores, na comissão técnica, etc.
“Referida agremiação esportiva é amplamente divulgada em redes sociais, angariando famílias com crianças paramentadas com as vestes do time e promove nas comunidades carentes o assistencialismo com cestas básicas, em troca de apoio da comunidade”, diz decisão.
Paulo segue preso com outros 24 alvos. A investigação foi conduzida pela Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO).
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