O ano de 2024 foi marcado pela forte volatilidade no mercado de petróleo, com o Brent atingindo uma queda acumulada de 8,3% no terceiro trimestre, negociado abaixo de USD 72 por barril. A desaceleração econômica chinesa e as tensões geopolíticas, especialmente no Oriente Médio, estão entre os fatores que pressionaram os preços.
“A partir de abril, o mercado de petróleo observou uma reversão nas expectativas sobre a política monetária dos Estados Unidos, com a maior aversão ao risco dos investidores contribuindo para a queda observada no terceiro trimestre”, comenta Isabela Garcia, analista de Inteligência de Mercado da StoneX. Ainda segundo a analista, a demanda chinesa por derivados de petróleo também contribuiu para o sentimento baixista, com o indicador de atividade das refinarias registrando uma redução de quase 5% entre janeiro e agosto de 2024, refletindo o desaquecimento econômico no país.
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“Mesmo assim, o acirramento das tensões no Oriente Médio, especialmente com o risco de envolvimento do Irã, reaqueceu o mercado em outubro, impulsionando o Brent para os maiores níveis desde agosto”, comenta Isabela.
No Brasil, por sua vez, a demanda por diesel segue bastante aquecida, conforme apontam as vendas mensais de Diesel B, influenciado pelo aumento da demanda por fretes e exportações brasileiras. A gasolina, por sua vez, apresenta queda no comparativo anual refletindo a menor competitividade do fóssil em relação o etanol hidratado no Centro-Sul.
Expectativas para 2025: para o próximo ano, a OPEP+ deverá gradualmente revisar sua política produtiva, aumentando a disponibilidade de petróleo no mercado internacional. Isso pode contribuir para um balanço menos apertado no primeiro trimestre, dado que esse aumento da oferta deve ocorrer em um período que sazonalmente se registra menor demanda pela commodity.
