Com o mercado de automóveis voltando à normalidade, o setor tem implementado estratégias para alavancar a venda de veículos novos, com o objetivo de alcançar a meta de 5,5% de aumento das vendas neste ano em relação ao ano passado. Até outubro, o setor havia registrado aumento de 3,5% nas vendas em relação ao mesmo período de 2021.
Andretta Junior, presidente da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), avalia que por alguns momentos o setor deixou de acreditar cumpriria o objetivo, já que houve queda nas vendas em alguns meses. Porém, os dados de outubro voltaram a dar ânimo nas expectativas.
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Para alcançar o aumento desejado, o setor ainda precisa contar com a reorganização das cadeias produtivas, já que as montadoras trabalharam por bastante tempo no modo ‘stop and go’ (pare e siga), em razão da falta de insumos, causando prejuízo na montagem dos veículos, que são montados na medida que as peças vão chegando.
“Há seis meses caiu muito, depois recuperou, ninguém acreditava que fosse possível e nós dizíamos, com os nossos estudos técnicos, "nós vamos fazer esse número, se tiver produto nós vamos fazer, porque tem muita compra represada e estamos nesse caminho". Nós estamos hoje com 3,5% de crescimento”, afirma Andretta.
A declaração foi dada no 6º Encontro Regional Fenabrave Mato Grosso, realizado nesta quarta-feira (10), no Centro de Eventos do Pantanal.
O setor também aposta em uma parceria com a cooperativa de crédito Sicredi, que pretende dobrar a carteira de crédito destinada ao mercado de veículos. De acordo com Ezio Almeida, gerente de desenvolvimento de negócios da central Sicredi MT/PA/RO, a carteira total é de R$ 40 bilhões, sendo R$ 250 milhões para financiamento de veículos.
“Com essa parceria com a Fenabrave e a aproximação que nós queremos ter com os distribuidores das marcas, nós queremos alavancar, no mínimo dobrar esse volume para os próximos anos. Então, estamos falando aí de R$ 400 a R$ 500 milhões para os próximos dois ou três anos”, disse Almeida, durante o 6º Encontro Regional.
A atuação do Sicredi vem em um momento de alta dos juros. Porém, os juros da cooperativa são em média 70% menores que os de bancos tradicionais. Segundo Ezio Almeida, somente em 2021, os cooperados do Sicredi deixaram de pagar cerca de R$ 1,1 bilhão em taxas e juros para os bancos. Ademais, a cooperativa conta com uma das menores taxas de inadimplência, em torno de 1,7%, enquanto bancos tradicionais acumulam a média de 2,4%, segundo Ezio.
“Em época de crise, é o período que nós mais crescemos. Enquanto os bancos se retiram do mercado, se protegendo de eventuais aumentos de inadimplência, o Sicredi, por ter o cooperativo como parceiro, ele geralmente cresce a taxas muito superiores, justamente nos períodos de crise, com taxas adequadas e com taxas de inadimplência sob controle”, afirma.
