O assassinato dos motoristas Elizeu Rosa Coelho (58), Márcio Rogério Carneiro (34) e Nilson Nogueira (42), com requintes de crueldade, deixou os motorista de aplicativo da Baixada Cuiabana revoltados e com medo de trabalhar. Em entrevista ao Estadão Mato Grosso, um motorista relatou que irá trabalhar até o início da noite como precaução e que pretende buscar meios para "se armar".
O trabalhador, que preferiu não se identificar, disse que o medo causado na categoria está fazendo com que muitos motoristas façam as corridas com uma arma branca (normalmente, uma faca) escondida no carro, para se proteger. Porém, ele sabe que pode ter complicações com a polícia se for parado em alguma blitz.
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“Se a gente, trabalhador, usar uma faca sequer para nossa defesa e formos parados em uma blitz, a polícia irá nos ferrar. Vou ter uma passagem, a plataforma vai me bloquear de trabalhar. Mas, o bandido pode andar armado (..) Dá revolta, medo. Uns já vão andar com precaução. Pelo menos uma arma branca vai ter que ter”, afirmou o motorista.
Conforme revelado pela Polícia Civil, os criminosos usavam o perfil de uma mulher para pedir as corridas, com objetivo de atrair os motoristas com mais facilidade, mas quem fazia a viagem era o trio de bandidos.
Como precaução, o entrevistado afirmou que não irá mais realizar viagens com passageiros que não sejam do aplicativo. Além disso, ele também pretende deixar de atender bairros periféricos. O mesmo desejo foi relatado por vários outros motoristas consultados pela reportagem, que relataram um temor especial em atender a cidade de Várzea Grande.
“Vou acabar cancelando viagem. Se é um lugar periférico, ainda mais à noite, não irei mais. Não vou botar minha vida em risco. Vai ser difícil trabalhar agora. Irei só até certo horário... 19 horas. Escureceu, eu paro” disse.
O motorista ainda teceu críticas às plataformas, por não exibir o perfil dos passageiros para o motorista, ao contrário do que fazem com os motoristas, que têm um perfil público para ser consultado pelos passageiros.
“Todo mundo sabe o perfil do motorista. Também deveria ter o perfil do passageiro”, finalizou.
