Mato Grosso atingiu e ultrapassou a triste marca de 10 mil mortos pela covid-19 nesta quinta-feira, 6 de maio. Nas últimas 24 horas, o estado registrou 53 óbitos pela doença, elevando para 10.042 o número de vítimas fatais. No mesmo intervalo, o estado registrou 1.602 novos casos da doença, acumulando assim o total de 370.236 casos confirmados. Os dados são do painel epidemiológico da Secretaria de Estado de Saúde (SES) desta quinta-feira, 6 de maio.
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Mato Grosso tem nesta quinta, 1.364 pessoas internadas em tratamento contra a doença, sendo 663 em leitos de enfermaria e 601 em Unidades de Terapia Intensiva (UTI). Outras 100 pessoas estão em processo de transferência hospitalar.
São 8.629 pessoas infectadas e se tratando em casa, em isolamento domiciliar. Ao todo, 349.973 pessoas já se recuperaram da covid-19 em Mato Grosso.
Pertencente ao país com um dos piores desempenhos no combate à pandemia, Mato Grosso segue a mesma linha, com uma dose menor de negacionismo, mas que ainda assim tem custado vidas.
Os números registrados no estado são maiores até mesmo que o de alguns países, com maior população. É o caso de Marrocos, que possui cerca de 36,5 milhões de habitantes, 10 vezes mais que a população de Mato Grosso. Por lá, os dados oficiais são de 513.016 casos confirmados e 9.049 mortes causadas pela doença.
Por aqui, a vida segue quase normal. Os protocolos existem, ao menos no papel. Na vida real, é um tanto diferente. Bares e restaurantes, setores fortemente atingidos pela crise econômica gerada pela pandemia, têm regras para seu funcionamento. Entre as normas, está o distanciamento entre mesas e a limitação na capacidade de atendimento. Mas não é o que se vê na prática. Desde que a reabertura do setor foi autorizada, fotos e vídeos inundam as redes sociais e manchetes de jornais mostrando que as regras não são seguidas.
A violação não está propriamente no setor, é mais como uma cultura instaladas nas entranhas de toda a população. Desde a chegada da pandemia ao estado, a fiscalização fechou inúmeras festas clandestinas, as chamadas “resenhas” em todo o território estadual.
Também não é o lazer o único responsável por tanto descaso pela vida. As religiões, em grande parte, têm assumido papel negacionista fundamental para o avanço do vírus no estado. Ignorando alguns mandamentos bíblicos, como “Não tentarás o Senhor Teu Deus”, igrejas têm colocado à prova a resistência do organismo humano ao vírus. O comportamento adotado já custou a vida de dezenas de religiosos, entre padres e pastores, além das mortes registradas entre inúmeros fieis.
Na classe política não é diferente. Embora toda a coordenação de combate à pandemia de covid-19 esteja em suas mãos, é dali que surgem as maiores violações às medidas orientadas pelas organizações de saúde. As eleições de 2020, com centenas de pessoas nas ruas, abraços acalorados e apertos de mão sem controle algum podem ter contribuído para o avanço do vírus no começo do ano.
Na última semana, por exemplo, deputados estaduais participaram do show do cantor Gusttavo Lima, em Primavera do Leste. O evento exigiu o teste negativo de covid de seus clientes, mas outras medidas, como o uso obrigatório da máscara facial, foram ignoradas.
Uma das participantes do evento, a deputada Janaína Riva (MDB), uma das principais lideranças políticas do estado, esteve presente no evento. Criticada pela participação, a deputada defendeu o retorno dos eventos e classificou como hipocrisia a proibição do funcionamento deste setor.
Na oposição – cujo papel é apontar as falhas – também não faltam registros de desrespeito às regras. Com direito à banda, caixão e corpos bem juntinhos, a vereadora por Cuiabá Edna Sampaio (PT) organizou uma marcha fúnebre no dia 1º de maio em protesto ao comportamento negacionista do presidente Jair Bolsonaro e pelas 400 mil vidas perdidas no país. Todos de máscara, mas todos colados.