Focado na atração de produções audiovisuais para a região de Poxoréu, o projeto Rio dos Bororos Film Commission apresenta o resultado dos seus primeiros meses de trabalho. Aprovado pelo edital MT Criativo da Secretaria de Estado de Cultura, Esporte e Lazer (Secel-MT), a ideia desperta a vocação do Estado para o cinema, com belos cenários e costumes. Até o momento são diversos empreendimentos em fase de produção, que vem colocando o cinema na rotina da cidade.
Iniciativa muito promissora é a realização do curso “Jovem Cineasta”, com apoio da Missão Salesiana de Mato Grosso - Ponto de Cultura Centelha de Luz, que será realizado a partir de 15 de julho. Durante os próximos meses, sempre aos sábados, os alunos vão conhecer as principais técnicas da produção audiovisual no Centro Juvenil de Poxoréu.
- FIQUE ATUALIZADO: Entre em nosso grupo do WhatsApp e receba informações em tempo real (clique aqui)
- FIQUE ATUALIZADO: Participe do nosso grupo no Telegram e fique sempre informado (clique aqui)
Recentemente, outra iniciativa de impacto foi a captação de imagens para o curtametragem “Meu Querido Diamante”, com roteiro e direção de Wanderson Lana e produção de Kayra Ribas e Danilo Carvalho.
“Fomos muito bem recebidos pela equipe da Film Commission, que nos deu todo o suporte para a produção de filmagens. Acho que esta é uma iniciativa que poderia abranger todas as cidades do Estado”, disse o cineasta.
Outro projeto atraído pela Rio dos Bororos é de autoria do ator e diretor Roberto Rowntree, que já está em fase de captação de recursos. O filme “Ganância” será produzido por Pablo Loureiros, da Animal Filmes, do Rio de Janeiro.
“Ganância é uma história que se passa nos garimpos de Poxoréu, mas trata sobretudo deste aspecto bem presente na vida do ser humano, que é a ganância e as alterações no convívio que o diamante é capaz de fazer”, disse Rowntree.
Para o produtor Gabriel Leszko, o projeto abriu condições para o laboratório de roteiro que vem desenvolvendo. “Orquídea Azul é um curta de ficção científica e “Povoado de São Pedro” é o roteiro de um longa que narra a guerra fabulosa entre duas forças de Mato Grosso na década de 20: os Carvalhinhos e os Morbeck, que ocuparam as manchetes de todo o Brasil durante muito tempo. Da mesma forma, embarca no mundo do cinema a equipe da Associação Partilhar, que ganhou da Editora Ática os diretos de adaptação do clássico livro da Coleção Vagalume “Cem Noites Tapuias”. Sucesso da literatura que se passa em Poxoréu envolvendo garimpeiros, indígenas xavantes e bororos na década de 60.
De acordo com o jornalista Nides de Freitas, diretor executivo da Rio dos Bororos Film Commission, o momento do cinema brasileiro é muito oportuno para a estratégia.
“Temos a Lei Paulo Gustavo, que é uma iniciativa histórica de incentivo ao cinema e a capacitação para a cultura de forma inédita e inclusiva. É preciso que cada cidade se descubra e se veja nas telas como parte de um processo de desenvolvimento criativo. O que nosso projeto está alcançando parece inédito, mas descobrimos que isso já aconteceu em outros momentos da história do cinema nacional”, informa.
Em 1944, segundo dados da pesquisadora Leda Figueiredo, Poxoréu foi exibido nas principais cidades do Brasil e do mundo como o “cartão de visitas do Mato Grosso”, a terra da oportunidade, riqueza e aventura. O filme “O Diamante de Poxoréu”, dirigido pelo documentarista Willian Gerick, teve grande repercussão e atraiu muita gente para o Estado. Ela revela que desde 1926, filmes como “O roteiro do diamante” e “O caçador de diamante”, de Luiz Sabóia Ribeiro, já cumpriam este papel de difundir as belezas naturais e a curiosidades antropológicas de Poxoréu.
“Estamos buscando cópias destes filmes junto à Cinemateca Brasileira, que registra as obras, mas não tem películas em condições de projeções’, informa o proponente Éden Costa.
“Percebemos que a recuperação e conservação de casas históricas também fortalece o projeto ao dispor cenários restaurados”, disse. Ele destaca que os filmes atraídos para os cenários da cidade serão importantes para que as pessoas percebam que o audiovisual é um negócio criativo, que gera renda.
Essa percepção é confirmada por Keiko Okamura, Superintendente de Economia Criativa do Estado de Mato Grosso. Ela ressalta que a indústria audiovisual abrange uma variedade de profissionais e desempenha um papel crucial na geração de renda e no desenvolvimento sustentável. Além dos atores, diretores e produtores, há também maquiadores, eletricistas, motoristas e uma gama de prestadores de serviços nas áreas de alimentação e hospedagem, que são fundamentais para o funcionamento da produção cinematográfica.
Ao promover o crescimento do setor audiovisual, o projeto Rio dos Bororos Film Commission não apenas estimula a criatividade e a expressão cultural, mas também impulsiona a economia local, criando oportunidades de trabalho e fortalecendo a comunidade de Poxoréu.
