O compartilhamento de escova dental virou assunto na última quarta-feira, depois que a influenciadora GKay usou seus stories para questionar se fazer uso da escova de dentes do namorado era uma prática adotada por seus seguidores.
Indo além dessa questão, que de fato não é considerada um hábito saudável, o dentista e professor do curso de Odontologia da Unic Beira Rio, Aurélio Rosa da Silva Júnior, destaca a importância de trocar o item de limpeza regularmente e explica o porquê.
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A escovação tem como função remover o biofilme dentário (anteriormente denominada placa bacteriana) que fica na superfície dos dentes. “Quando isso não ocorre, devido à má condição da escova, ocorrerá o acúmulo de biofilme na superfície dos dentes, resultando no aparecimento de doenças bucais como mau- hálito, cáries dentárias, processos inflamatórios na gengiva, quadro de dor, surgimento de infecções na região bucal, perda dentária e em casos mais graves até o comprometimento sistêmico do paciente”, esclarece.
Outro ponto importante a ser esclarecido é que a escova de dente deve ser de uso exclusivamente individual, ou seja, não pode ser compartilhada independente do grau de parentesco ou intimidade entre as pessoas. “Todo indivíduo possui em sua cavidade bucal um tipo de microbiota compatível com seu quadro de saúde, ao compartilhar a escova essa composição de microrganismos pode ser alterada levando o aparecimento de doenças com manifestações bucais”, alerta o dentista.
Para conservar a qualidade das escovas, é necessário preservá-las em um ambiente que permita a secagem completa entre um uso e outro, pois a umidade constante contribui para a cultura de vírus, fungos e bactérias que se multiplicam com o decorrer do tempo. Após a higienização bucal, é preciso lavá-las em água correte e guardá-las em pé. A recomendação do dentista é para que a substituição do item aconteça a cada três meses, ou sempre que notar as cerdas com alguma alteração, tais como: Cerdas não paralelas entre si (entortadas), alteração na coloração das cerdas, cerdas desprendendo da escova.
Infecções
Quando o indivíduo passa por um período de infecção de vias aéreas como: a gripe, Covid-19 ou infecções com manifestação bucal como: herpes, sífilis, candidíase, entre outras, é aconselhado fazer a troca das escovas de dente após o período de remissão dos sintomas, pois os microrganismos relacionados ao problema de saúde podem se alojar nas cerdas, mesmo que estejam novas, podendo assim causar a reinfecção depois da recuperação. Para evitar a contaminação de uma escova para a outra, é preciso utilizar porta-escovas com fendas para que uma peça não entre em contato com as outras do mesmo banheiro.
Escova elétrica
As escovas dentais elétricas potencializam a limpeza das superfícies dentárias podendo ser utilizada por todos os indivíduos, sobretudo aqueles com problemas motores, já que a escova elétrica realiza a limpeza de forma eficiente com menos movimentação das mãos. A troca também deve ser feita periodicamente e, de preferência, a cada três meses de uso, porém, apenas a cabeça da peça com as cerdas deve ser substituída, conforme recomendação de cada fabricante.
Geralmente, o indicado por especialistas é a escolha de cerdas macias, do mesmo tamanho, pontas arredondadas e cabeça pequena (compatível com o tamanho da boca do indivíduo) para a higienização completa sem danos à gengiva ou desgaste do esmalte dental. A avaliação de um dentista qualificado irá auxiliar na escolha de escovas de dentes apropriadas para cada pessoa, de acordo com o tamanho da boca e da arcada dentária.
