Pela primeira vez, Mato Grosso realizou um procedimento de alta precisão utilizando técnica bucomaxilofacial de um dispositivo sob medida que permitirá a uma paciente que usou dentadura por 35 anos voltar a sorrir em poucos dias. A nova técnica reduz os riscos de complicações e o tempo de pós-operatório e a reabilitação.
Conforme o cirurgião dentista Bruno Gomes, para o planejamento foram solicitados alguns exames, como tomografia computadorizada e escaneamento intrabucais, para lançar mão de uma cirurgia virtual através de um software especializado em que foi desenhando o dispositivo sob medida (CustomLife), a partir da anatomia e arquitetura óssea da paciente.
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“Esse dispositivo, após instalado, servirá de suporte para sustentar todos os dentes fixos da paciente, livrando a mesma da dentadura e promovendo qualidade de vida para sorrir, mastigar e falar com segurança e conforto. A grande vantagem desse tratamento para os implantes dentários convencionais é a possibilidade de dispensar o uso de enxertos ósseos”, explicou o cirurgião dentista.
Por causa da precisão maior, já que o dispositivo é customizado (material exclusivo da paciente), haverá uma redução significativa no tempo total de tratamento. Com os implantes dentários convencionais a média de espera é de 3 a 12 meses para finalização, porém, com o dispositivo CustomLife, a paciente terá em poucos dias dentes fixos novamente, com apenas uma cirurgia.
“Como não utiliza enxerto ósseo, que tem riscos de infecção e a necessidade de novas cirurgias, evitamos traumas a mais a paciente que perdeu todos os dentes aos 14 anos, já passou por vários procedimentos sem êxito e não acreditava que poderia voltar a sorrir. Vamos iniciar a etapa de reabilitação nesta semana para que sejam colocados os dentes”, explicou o profissional.
Como a tecnologia utilizada é de alta precisão, o tempo de cirurgia foi reduzido para cerca de duas horas e em menos de 24 horas a paciente teve alta. A equipe realizou o procedimento para a colocação da prótese CustomLife (que é um material impresso de forma 3D de titânio), fixada aos ossos da face, na terça-feira (12.12), no Santa Rita Hospital e Maternidade de Várzea Grande. Embora seja o tratamento com maior taxa de sucesso atualmente, é indicado apenas para pessoas com maxilar severamente atrófico.
“No tratamento convencional, temos que aguardar de três a seis meses para poder reabilitar. Depois, mais seis meses para que o implante “integre”. Como o enxerto ósseo não é tão previsível, isso poderia levar mais de um ano. Com a nova técnica, fazemos a cirurgia em uma semana e na outra já podemos começar a etapa de reabilitação. Nossa intenção é que a paciente inicie 2024 com os dentes na boca”, acrescentou Bruno.
O médico Alencar Farina destaca que o Hospital Santa Rita e Maternidade, que este ano completou 32 anos de fundação, vem se destacando pelo pioneirismo em diversas áreas, como ter sido a primeira na Baixada Cuiabana a realizar o tratamento ECMO (Oxigenação por Membrana Extracorpórea) - que permitiu funcionar como um pulmão e um coração artificiais - em pacientes que estavam com os órgãos comprometidos pela Covid-19.
“Há alguns anos, o morador de Várzea Grande precisava atravessar a ponte para buscar atendimento em Cuiabá, mas hoje, se você observar o mapa cirúrgico, vai constatar que que a cada 20 cirurgias, apenas cinco são em Cuiabá. Muitos pacientes da Capital e do interior inclusive estão buscando tratamento em Várzea Grande, que está se tornou polo regional da saúde desde o período de pandemia”, pontuou Farina.
Para o médico, o que era um sonho vem se tornando realidade devido aos investimentos feitos desde a aquisição do hospital, em 1991, com todo processo de modernização, reformas, estruturação e contratação de equipe. “Já conseguimos inaugurar 99% da nossa estrutura, que consiste em um prédio de seis andares, sendo um dos importantes investimentos a UTI infantil, que vamos inaugurar no primeiro trimestre de 2024. Também já estamos com a hemodinâmica instalada e prevista para funcionar neste mês”, acrescentou.
