O deputado estadual Wilson Santos (PSD) acusou os servidores da Secretaria de Estado de Saúde (SES) de pedirem propina em contratos da pasta. Em entrevista a jornalistas nesta quarta-feira, 13 de setembro, ele disse ter recebido documentos e interceptações telefônicas que comprovam a prática.
Wilson ainda fez um apelo ao governador Mauro Mendes (União) para que libere os deputados que compõem sua base na Assembleia Legislativa para assinar o requerimento de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar essas denúncias e os fatos investigados na Operação Espelho.
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“Eu confirmo, tenho os documentos, tenho as interceptações, estou recebendo mais documentos e quero pedir a quem tem documentos importantes que encaminhe ao nosso gabinete de maneira anônima. Pode encaminhar, porque nós vamos, sim, apresentar à sociedade o tamanho desse rombo”, disse o deputado.
“E aproveito aqui os veículos de comunicação para fazer um apelo ao governador. Governador, libere a base! Vamos fazer a CPI, vamos fazer a CPI, porque erros tem, está claro, está nítido”, emendou.
O deputado revelou que é possível identificar os nomes dos servidores envolvidos através das interceptações que já tem. Segundo ele, as conversas também contêm valores e percentuais de propinas negociados sobre os contratos.
“Nas interceptações que eu tenho, rola propina, tem nome de servidor, tem percentual, tem tudo isso. Então nós estamos precisando de mais documentos para que o governador se sensibilize e libere a base para assinar e a gente trabalha aqui durante seis meses nessa investigação”, afirmou.
Wilson disse ainda que pretende apresentar um requerimento junto com o deputado Lúdio Cabral (PT), para ter acesso a algumas auditorias que, supostamente, teriam sido arquivadas pela Controladora-Geral do Estado (CGE). Essas auditorias foram requisitadas pelo Poder Judiciário, na origem da Operação Espelho, e têm sido alvos de recorrentes denúncias contra a atuação da CGE no caso.
“A origem de tudo é o Poder Judiciário, que determinou à Controladoria e ao Tribunal de Contas do Estado que realizassem as auditorias. A CGE fez as auditorias, mas engavetou algumas, escondeu algumas. Será que são só essas duas ou três? Será que não tem mais escondidas?”, indagou.
O requerimento para instauração da CPI ainda não tem o número de assinaturas necessárias. Segundo Wilson, apenas seis parlamentares declararam apoio até o momento, mas são necessárias 8 assinaturas para dar início à investigação. Porém, ele acredita que ainda pode convencer alguns parlamentares, especialmente os que estão retornando de licença.
“Sou eu que coleto essas assinaturas e vou continuar a expectativa. Tem deputado voltando aí de recesso, tem deputado voltando de licença. Tem deputado analisando, vendo que a coisa é grave. Quem sabe daqui nos próximos dias, semana que vem, a gente consiga essas duas assinaturas”, concluiu.
