O presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Atos Golpistas, Arthur Maia (União-BA), ameaçou levar o deputado federal Abílio Brunini (PL-MT) ao Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, após uma série de interrupções feitas pelo mato-grossense durante a sessão desta quinta-feira, 22 de junho. Abílio não é membro da CPMI dos Atos Golpistas, mas acompanha as sessões todas as semanas.
Maia se revoltou após Abílio interromper várias vezes a fala do deputado Rogério Correa (PT-MT), que exibiu um vídeo apontando a participação do empresário George Washington de Oliveira na tentativa de explodir um caminhão tanque no aeroporto de Brasília, em dezembro de 2022.
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O petista argumentava que houve uma tentativa de golpe de Estado no país, em um processo que envolveu vários episódios, entre eles o atentado no aeroporto de Brasília. Após exibir o vídeo, o petista disse: “eu sei que dói as imagens”, momento em que Abílio interrompeu a fala de Rogério pela primeira vez.
“Questão de ordem aqui presidente, ele não pode fazer isso em tom afirmativo”, disse Abílio, que foi repreendido pelo presidente da Comissão logo em seguida.
Abílio ainda tentou questionar, afirmando que se tratava de fake news, mas Arthur Maia se revoltou e deu um ultimato ao deputado mato-grossense.
“Eu não vou permitir que vossa excelência fique tumultuando esse trabalho aqui na CPMI. Vossa excelência não vai conseguir isso. Eu afirmo a vossa excelência, que vossa excelência não vai conseguir tumultuar esse trabalho. Se vossa excelência insistir com esse papel, eu vou fazer uma representação dessa presidência contra vossa excelência no Conselho de Ética”, esbravejou Maia, com o dedo em riste.
Arthur Maia foi aplaudido por uma parcela dos presentes após dar a bronca em Abílio.
ATRASO
Apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro, Abílio interrompeu outros parlamentares e depoentes desde o início da sessão desta quinta. A primeira confusão se deu logo após sua chegada à sala.
Abílio chegou atrasado à sessão e pediu que o perito criminal Renato Martins, que prestava depoimento à CPI, se identificasse. O deputado foi imediatamente repreendido pelo presidente da CPMI.
“Se Vossa Excelência tivesse chegado no horário que começou a sessão, não precisaria ter feito essa pergunta, porque essa pergunta foi feita, colocada no início da sessão, como também o nome do depoente está escrito ali. Eu vou pedir pela terceira vez que Vossa Excelência se mantenha calado, com têm feito todos os seus pares”, disparou Maia.