A vereadora Edna Sampaio (PT) anunciou na manhã desta segunda-feira, 4 de julho, que vai propor à Comissão de Ética da Câmara de Cuiabá dois requerimentos contra o vereador Tenente-Coronel Paccola (Republicanos), pela morte do agente socioeducativo Alexandre Miyagawa, na última sexta-feira, 1° de julho.
Em um dos pedidos, a petista solicita o afastamento imediato de Paccola, enquanto são realizadas as investigações sobre o caso. No outro, pede investigação por quebra de decoro parlamentar.
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“Eu entendo que as coisas relacionadas ao crime têm que ser investigadas pelas autoridades competentes, obviamente, esta Câmara não tem papel de investigação policial. Nossa investigação é no âmbito do decoro parlamentar e o decoro parlamentar não abrange apenas o comportamento do parlamentar dentro da Câmara, mas também fora dela”, justificou.
“Nós sabemos que essa é uma tragédia que afeta de forma muito dolorosa todas as famílias, mas nós precisamos também tomar uma atitude institucional e a Comissão de Ética precisa ser provocada para poder tomar essa atitude”, defendeu.
Edna alegou que seu pedido de cassação não é uma ‘condenação antecipada’, pois leva em consideração o posicionamento de Paccola antes do caso. Tenente-coronel da reserva da PM, Paccola é defensor do armamento e instrutor de tiro.
“Nós não estamos julgados o vereador Marcos Paccola, nós sabemos que a dor que o coronel e a sua família estão sentindo também é muito grande, mas nós também temos vários outros episódios aqui. Se vocês olharem a rede do vereador Marcos Paccola, a incitação ao uso da arma, a questão da legítima defesa como um princípio da utilização da arma, que foi exatamente aquilo que foi utilizado como afirmação da razão pelo qual aconteceu esse crime tão trágico”, disse.
O CASO
O vereador tenente-coronel Marcos Pacolla matou o policial penal Alexandre Miyagawa, conhecido como ‘Japão’, de 41 anos, na noite de sexta-feira, 1º de julho, na avenida Presidente Arthur Bernardes, em Cuiabá.
Segundo o boletim de ocorrência, Paccola teria atirado e matado Alexandre porque ele estaria ameaçando a companheira. Conforme a versão do vereador, ele teria dado voz de prisão ao policial penal, que teria feito um movimento de se virar, como se fosse atirar. Neste momento, Paccola reagiu e efetuou três disparos. O parlamentar, que é tenente-coronel do Bope, sustenta que agiu para neutralizar a ameaça em legítima defesa, própria e de terceiros.
Essa versão é contestada pela namorada de Alexandre, Janaína Sá. Em vídeo publicado nas redes sociais, a mulher afirma que houve uma confusão porque Alexandre entrou na contramão para que ela pudesse usar o banheiro de uma distribuidora. Alguns motoristas ficaram revoltados e teve início uma discussão. Paccola teria chegado em meio à confusão e atirado em Alexandre.
Após o ocorrido, o vereador seguiu para a Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) por conta própria. Ele prestou depoimento por mais de 4 horas e foi liberado durante a madrugada de sábado, 2.