O vice-prefeito de Cuiabá, José Roberto Stopa (PV), disse nesta segunda-feira, 4 de julho, que lhe causa estranheza o fato de o vereador tenente-coronel Paccola (Republicanos) não ter sido detido após matar o policial penal Alexandre Miyagawa. Ele aponta que “qualquer outra pessoa” teria ficado detida após um fato como esse.
Paccola atirou em Alexandre na noite da última sexta-feira, 1º de julho. Segundo o boletim de ocorrência, ele havia sido informado que Alexandre estava armado e ameaçando uma mulher em uma conveniência na rua Presidente Arthur Bernardes, no Centro de Cuiabá. A versão é contestada pela namorada de Alexandre, que afirma que Paccola já chegou atirando.
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“Já é muito estranho. Qualquer outra pessoa, provavelmente, teria ficado detida no dia do ato, do acontecimento. Já é muito estranha a forma como aconteceu. Enfim, a gente espera agora que as autoridades façam Justiça, na mais do que isso”, disse Stopa.
O vice-prefeito cobrou que a investigação seja conduzida de forma transparente pelas autoridades, para garantir que seja feita Justiça. Entretanto, ele evitou comentar sobre um possível pedido de cassação ou afastamento do vereador, dizendo que é preciso aguardar a conclusão das investigações para não fazer um ‘pré-julgamento’ de Paccola.
“Minha opinião é que a gente tem que aguardar o laudo pericial e que isso seja feito com muita transparência, para, a partir dai, tomar qualquer posição. Nós não podemos julgar ou pré-julgar. Cabe às autoridades policiais fazerem tal papel”, apontou.
O Colégio de Líderes da Câmara de Cuiabá fez uma reunião de emergência na manhã desta segunda-feira, 4, para debater a situação de Paccola.
O CASO
O vereador tenente-coronel Marcos Pacolla matou o policial penal Alexandre Miyagawa, conhecido como ‘Japão’, de 41 anos, na noite de sexta-feira, 1º de julho, na avenida Presidente Arthur Bernardes, em Cuiabá.
Segundo o boletim de ocorrência, Paccola teria atirado e matado Alexandre porque ele estaria ameaçando a companheira. Conforme a versão do vereador, ele teria dado voz de prisão ao policial penal, que teria feito um movimento de se virar, como se fosse atirar. Neste momento, Paccola reagiu e efetuou três disparos. O parlamentar, que é tenente-coronel do Bope, sustenta que agiu para neutralizar a ameaça em legítima defesa, própria e de terceiros.
Essa versão é contestada pela namorada de Alexandre, Janaína Sá. Em vídeo publicado nas redes sociais, a mulher afirma que houve uma confusão porque Alexandre entrou na contramão para que ela pudesse usar o banheiro de uma distribuidora. Alguns motoristas ficaram revoltados e teve início uma discussão. Paccola teria chegado em meio à confusão e atirado em Alexandre.
Após o ocorrido, o vereador seguiu para a Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) por conta própria. Ele prestou depoimento por mais de 4 horas e foi liberado durante a madrugada de sábado, 2.