A diretora da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e ex-deputada federal, Rosa Neide (PT), disse nesta terça-feira,11 de junho, que as denúncias sobre um suposto esquema de corrupção envolvendo o leilão emergencial para a compra de arroz importado para abastecer o mercado brasileiro, depois das tragédias das enchentes no Rio Grande do Sul, não "suja a imagem" do presidente Lula (PT), porque "não houve pagamento às empresas que participaram do certame".
Na tarde de hoje, o presidente da Conab, Edegar Pretto, anunciou a anulação do leilão. Segundo ele, um novo procedimento, "mais ajustado", será realizado.
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"Eu não considero um escândalo porque o arroz não foi pago. O presidente Lula fez uma reunião e ele quis saber todos os detalhes sobre o leilão, que foi realizado pela Bolsas de Mercadorias e Cereais, e se empresas não tem condições de entregar serão desclassificadas. Eu sou responsável por fazer os pagamentos e ninguém vai receber um centavo se não recebermos um produto com qualidade", defendeu a diretora da Conab.
Rosa Neide disse ainda que as informações chegaram até a Conab após o certame. "Quando termina o leilão, a gente não sabe quem ganhou, a gente sabe o preço, e depois de dois dias a Bolsa entrega os nomes das empresas e depois começa a sair quem são essas empresas pela imprensa. E o presidente mandou criar uma equipe que tem a AGU, auditoria interna e fazendo todas as averiguações e desde ontem as empresas teriam que ter entregue todas as documentações", comentou.
Entre as irregularidades, estaria o uso de empresas de fachada, incluindo loja de veículos e até uma sorveteria. Também teve a participação de um supermercado em Macapá (AP) que arrematou seis lotes do cereal no valor de R$ 736 milhões, apesar do capital social de apenas R$ 80 mil, posteriormente aumentado para R$ 5 milhões.
