Presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Mato Grosso (Crea-MT), Juares Samaniego afirmou que os dados sobre o Ônibus de Trânsito Rápido (BRT) apresentado por técnicos do governo do Estado são inconsistentes e insuficientes para demonstrar a viabilidade do modal.
Juares foi um dos participantes da reunião do Conselho de Deliberativo Metropolitano da Região do Vale do Rio Cuiabá (Codem-VRC) que ocorreu na última quarta-feira (12). Na ocasião, foi aprovada a instalação do BRT entre Cuiabá e Várzea Grande, com 13 votos a favor, 4 contrários e 2 abstenções.
- FIQUE ATUALIZADO: Entre em nosso grupo do WhatsApp e receba informações em tempo real (clique aqui)
- FIQUE ATUALIZADO: Participe do nosso grupo no Telegram e fique sempre informado (clique aqui)
“No início da apresentação do técnico da Sinfra, ele apresenta que lá em 2010 a implantação do BRT custava R$ 454 milhões. Se passaram 10 anos, quase 11, e ele vem com uma planilha de R$ 430 milhões. Então quer dizer que nestes últimos 10 anos não teve inflação, não subiu nada? Então não tem consistência o preço apresentado”, disse Samaniego, ao avaliar a reunião.
- FIQUE ATUALIZADO: Entre em nosso grupo de WhatsApp e receba as notícias em tempo real (clique aqui).
Samaniego foi um dos que votou contrário à troca do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) pelo BRT. Segundo ele, há outros fatores que colocam em dúvida o relatório apresentado pelo governo estadual.
“Já se passaram 10 anos, mudaram a nota técnica dele, que era funcionário da Secopa. É muito estranho que depois de 10 anos ele soube que a nota técnica dele não foi apresentada. Então essas coisas deixam muita [suspeita] no ar. Por isso, meu voto foi contra”, explicou.
Na visão de Juares, o BRT pode até ser melhor, como defende o governo, mas precisa ser discutido de uma forma mais ampla, com técnicos e com tempo. Samaniego ressalta que não é especificamente contra o BRT, mas, sim, contra a tomada de decisão sem participação mais ampla da sociedade civil organizada.
