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Política Terça-feira, 02 de Agosto de 2022, 19:00 - A | A

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MORTE NO QUILOMBO

Paccola diz que não matou para ter projeção política: "beira a insanidade a colocação do MP"

Rafael Machado

Repórter | Estadão Mato Grosso

O vereador Tenente Coronel Paccola (Republicanos), de Cuiabá, afirmou que “beira a insanidade” a afirmação de que ele teria atirado contra o agente socioeducativo Alexandre Miyagawa para se promover politicamente. O argumento consta na denúncia feita pelo Ministério Público de Mato Grosso (MPMT).

O MP denunciou o parlamentar por homicídio qualificado pela morte do servidor que ocorreu no dia 1° de julho, em frente de uma distribuidora na região central de Cuiabá.

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“Eu acho que beira a insanidade a colocação do Ministério Público. Lembrando que eu estou presidindo uma CPI onde eu já denunciei 40 milhões em malversação relacionadas aos medicamentos, mais de 70 milhões na fraude de licitação de gêneros alimentícios, mais de 70 milhões em contratação de serviço de tecnologia da informação …. Para que eu iria me envolver ou me expor, passar por tudo que estou passando, para promover politicamente? ”, questionou.

Na denúncia encaminhada à Justiça, o MP aponta destaca que o vereador, ao ver a “situação anômala”, determinou que seu assessor deixasse o veículo atravessado na Avenida Filinto Muller, com “claro propósito de que sua presença e ação pudesse ser notada por um maior número de pessoas”.

“Há, portanto, evidências de que agiu na expectativa de que sua ação homicida lhe angariasse dividendos políticos, restando, pois, configurada a torpe motivação de sua conduta”, manifestaram os promotores que assinam o documento.

Na manhã desta terça-feira, 2 de agosto, a Câmara de Cuiabá, decidiu acompanhar o parecer da Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJR), que apontou não haver legalidade para o afastamento imediato do cargo, seja por decreto do presidente da Casa ou por votação no Plenário.

Paccola deve ter sua candidatura a deputado estadual confirmada durante a convenção do Republicanos, que está agendada para o dia 5. O partido também destacou que não há amparo legal que pudesse retirar o projeto.

DENÚNCIA ACEITA

No início da tarde de terça, o juiz Flávio Miraglia Fernandes tornou o vereador réu pelo assassinato do agente socioeducativo Alexandre Miyagawa. Paccola irá responder por homicídio duplamente qualificado, por motivo torpe e por uso de recurso que dificulte ou torne impossível a defesa da vítima.

Na decisão, o magistrado também determinou a suspensão de porte de arma do parlamentar, visando a garantia da ordem pública.

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