O ex-deputado federal e ex-secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Neri Geller (PP), declarou nesta quarta-feira (30) que não pretende retomar contato com o ministro Carlos Fávaro (PSD). Segundo Geller, a amizade entre os dois foi abalada após o escândalo envolvendo o leilão do arroz, quando ele foi exonerado do cargo no Ministério da Agricultura e ficou sabendo da demissão através da imprensa.
Em entrevista, Geller confirmou que está se preparando para disputar uma vaga à Câmara Federal nas eleições de 2026. Ele também negou que tenha "trabalhado" em apoio ao candidato Abilio Brunini (PL) na campanha em Cuiabá e afirmou que certos setores estão tentando causar polêmica em torno do assunto.
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“Estou reorganizando meu trabalho e dialogando com a imprensa. Há quem queira criar polêmica com essa história de que estive fazendo campanha em Cuiabá. Minha relação com Fávaro é de extrema transparência, e não quero entrar nessa onda. Nunca mais falei com ele e não faço questão de conversar com o Fávaro novamente”, afirmou.
Geller foi 'a ponte com o agronegócio' para Lula durante a campanha presidencial de 2022. À época, ele foi declarado inelegível e ficou impedido de concorrer ao cargo de senador. Ele reverteu a condenação em 2023 e foi nomeado para a Secretaria de Política Agrícola. Porém, acabou sendo exonerado após o 'escândalo do arroz'. À época, o ministro Carlos Fávaro disse que Neri tinha pedido demissão. Entretanto, Geller negou essa versão e disse que só ficou sabendo da demissão pela imprensa.
O leilão de arroz teve os lotes arrematados por empresas que não têm histórico de atuação na área. A situação causou revolta em Lula (PT), que tinha planejado o leilão como uma medida positiva, mas acabou se vendo com uma ‘bomba’ nas mãos’. No Congresso, deputados já estão recolhendo assinaturas para a criação da CPI do Arroz, impulsionada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
A situação de Geller piorou com a revelação de que a FOCO Corretora de Grãos, participante do leilão, pertence a Robson Almeida de França, ex-assessor parlamentar de Geller na Câmara e sócio do filho do secretário, Marcello Geller, em outras empresas.