O prefeito diplomado de Cuiabá, Abílio Brunini (PL), disse não saber como fará para pagar a folha salarial de dezembro até o quinto dia útil deste mês. Em conversa com jornalistas na manhã desta quarta-feira, 1º de janeiro, Abílio enfatizou que essa é a primeira vez que vê um prefeito deixar a gestão sem quitar os salários dentro do mês trabalhado.
“É a primeira vez que eu vejo isso aqui em Cuiabá, um prefeito que não paga o salário dos servidores de dezembro e deixa para o próximo prefeito a responsabilidade de pagar. É a primeira vez que eu vejo isso, então eu não sei como que vai se proceder”, desabafou Abílio.
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Na noite de terça, 31 de dezembro, a equipe de Emanuel Pinheiro (MDB) emitiu nota informando que deixaria recursos suficientes em caixa para quitar a folha salarial de dezembro, um total de R$ 43 de milhões.
A nota ainda informava que Emanuel não conseguiu pagar os salários do mês porque houve um atraso no repasse de recursos do Governo do Estado. Porém, houve articulação junto ao governo federal para conseguir recursos extras para o pagamento da folha, deixando para o sucessor apenas a obrigação de assinar a ordem de pagamento.
Abílio, porém, avalia que é uma ‘conversa fiada’. Ele lembrou aos jornalistas que o recurso esperado por Emanuel é referente ao repasse de janeiro, que o Governo do Estado tinha o costume de adiantar.
“O repasse que ele está esperando é o repasse provisionado de janeiro mesmo. Esse repasse que ele está falando é o que é para vir em janeiro. Ele estava pedindo antecipação, é isso que ele queria. Ele queria que antecipasse o repasse de janeiro para que ele pudesse ter mais dinheiro em dezembro. Mas, se ele não tinha dinheiro suficiente para pagar os servidores, como que estava querendo fazer festa, entregando obras inacabadas? Acho que elegeu muito mal [as prioridades]. Ele não soube administrar o orçamento e chega no final do ano sem pagar o servidor”, disparou o liberal.
Ainda esperando para tomar posse, Abílio enfatizou que não sabe qual a situação real do caixa da Prefeitura e que só poderá se manifestar oficialmente a partir de quinta-feira, 2. Isso, porém, não o impediu de ‘detonar’ o final da gestão de Emanuel, seu ‘nêmesis’ na política.
“O Emanuel deixa para a gente, no começo da gestão, no mês de janeiro pagar duas folhas, porque nós temos que pagar o salário de dezembro, mas o dinheiro que é pra pagar o salário de dezembro também é o dinheiro que vai entrar para pagar o salário de janeiro. Então, nós temos duas folhas para honrar em janeiro e ele não deixou orçamento para isso”, criticou.
“É um fim de gestão terrível, deixando para o próprio servidor uma dívida, para a própria população uma cidade abandonada. É lamentável isso”, concluiu.