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Política Terça-feira, 07 de Janeiro de 2020, 07:00 - A | A

Terça-feira, 07 de Janeiro de 2020, 07h:00 - A | A

PAPELÃO NA LICITAÇÃO

Ministério Público investiga cartel de papelaria

Após denúncia anônima, órgão suspeita que empresas teriam se organizado para combinar preços em licitações de todas as prefeituras de MT

Tarley Carvalho

O Ministério Público do Estado (MP-MT) instaurou inquérito civil para investigar empresas que supostamente teriam formado cartel para disputar licitações. O grupo foi denunciado anonimamente na Ouvidoria do MP-MT. As empresas são do ramo de papelaria e materiais de escritório e de limpeza e estariam atuando em todas as prefeituras do estado, além da Assembleia Legislativa.

O órgão já estava investigando as empresas por meio de um procedimento chamado Notícia de Fato, porém, como o prazo expirou, foi preciso instaurar novo procedimento. A prática de cartel é vedada pela lei. Basicamente, cartel é quando um grupo de empresas se une para dominar o mercado, principalmente com a combinação de preços.

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A investigação é assinada pelo promotor de justiça em substituição legal Douglas Lingiardi Strachicini, da 1ª Promotoria de Justiça Cível da Comarca de Várzea Grande. O documento é do dia 10 de dezembro. As empresas investigadas pelo MP-MT são a Papelaria Millenium, apontada por trabalhar com mais três empresas virtuais: Maria José, Cyam e Mozaico; a Luasi Papeis e Livros Eirelli; Soma Comércio e Serviços, que seria a Papelaria Grafitte, apontada por possuir mais 10 empresas virtuais; Dallas Papelaria, que também teria mais três ou quatro empresas virtuais; e a Papelaria Perpétuo Socorro.

De acordo com o documento, o grupo disputa licitações em todo o estado, mas há um destaque para os municípios de Nova Santa Helena (600 km de Cuiabá), Rondonópolis (217 km de Cuiabá) e Várzea Grande.

Segundo a portaria, todas essas empresas participaram de licitações em Várzea Grande. A Procuradoria-Geral do Município (PGM-VG) apresentou ao MP-MT documentos contendo os materiais licitados, a modalidade da licitação e o número dos certames.

O promotor estipulou o prazo de 20 dias úteis para que a PGM-VG encaminhe cópia integral de vários processos licitatórios. No total, o documento lista 33 pregões, entre presenciais e eletrônicos. As disputas aconteceram entre os anos de 2011 e 2018. Após o recebimento destes documentos, o MP-MT realizará perícia técnica para verificar se o preço dos produtos adquiridos condiz com os valores de mercado da época de cada licitação.

Além disso, a perícia também deverá identificar se há indícios de ilegalidade nos processos licitatórios e quais são esses indícios. Os preços apresentados nas licitações também deverão ser alvos de perícia, que indique a possibilidade de cartel. Os técnicos também deverão apontar, caso exista, qual foi o prejuízo causado aos cofres públicos e o enriquecimento ilícito das empresas envolvidas.

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