A vereadora por Cuiabá, Maysa Leão (Republicanos), esteve na Assembleia Legislativa nesta segunda-feira, 04 de setembro, pedindo que a Procuradoria da Mulher do parlamento tome alguma providência contra o deputado Gilberto Cattani (PL), que ainda mantém uma publicação nas redes sociais em que, segundo ela, deixa a entender que é favorável a estupradores.
Segundo a parlamentar, o vídeo resultou em uma onda de ataques em sua página no Instagram, inclusive com ameaças contra ela e sua família. Ela relata que pediu de forma sutil para que o parlamentar excluísse a gravação, mas recebeu não como resposta.
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No documento, assinado por 15 vereadores e entidades, Maysa pede que o Legislativo estadual apresente alguma resposta sobre o assunto, como a abertura de uma comissão processante para apurar possível quebra de decoro parlamentar de Cattani por manter o material, que está resultando em violência virtual.
“Após o meu pedido em ofício ao deputado que ele apagasse a postagem, não só ele negou a apagar, como ele está me processando criminalmente por calúnia, difamação e injúria, sendo que em nenhum momento eu levantei nenhum falso a respeito do deputado. […] O pedido de providências pede que sejam tomadas providências do tipo análise de quebra de decoro e pedido de cassação. Porém, o regimento interno da Assembleia Legislativa, ele não permite que terceiros façam esse pedido direto, por isso, que o pedido é remetido à Procuradoria da Mulher e esta, sim, remete o pedido para a Comissão de Ética, porque é o código deles lá na Assembleia”, explicou em entrevista ao Estadão Mato Grosso.
O CASO
Na sessão de quinta-feira, 31, a vereadora disse que vai à Justiça para que o deputado Gilberto Cattani apague nas redes sociais o vídeo. A parlamentar comentou na tribuna que tem sido vítima de comentários maldosos e de ameaças de internautas. A parlamentar disse que além dela, sua mãe e sua filha também estão sendo vítimas do ódio virtual. Ao comentar sobre o assunto, Maysa chorou relatando que está com medo das mensagens que vem recebendo.
Maysa comentou que a deputado usou apenas uma parte de sua fala durante uma entrevista a um podcast tanto para entender que é uma defensora de estupradores e que estaria instigando as pessoas a pensarem e julgarem contra ela.
Logo após, o deputado apresentou um pedido para que a Câmara de Cuiabá instaure um processo ético-disciplinar contra a vereadora Maysa Leão por quebra de decoro parlamentar por causa da repercussão de uma postagem de um debate entre eles sobre estupro.
Além disso, o parlamentar ingressou com ação na Justiça contra a vereadora pedindo R$ 52 mil de indenização por danos morais.
Em ambos os processos, Cattani afirma que Maysa o acusou de incentivar que terceiros desejassem praticar crimes contra ela e sua família, que difamou sua atuação política e deturpou a sua fala durante a entrevista, coisa que, segundo ele, não aconteceu.