O governador Mauro Mendes (DEM) detonou a fuga de 14 presos Penitenciária Regional Major Zuzi, em Água Boa (631 km de Cuiabá), no início deste ano, durante greve dos policiais penais. Mauro classificou a fuga como “ridícula” e disse que pode ter ocorrido falha grave ou omissão por parte dos policiais penais. A declaração foi dada em entrevista à Rádio Vila Real nesta terça-feira, 21 de janeiro.
“Fazia tempo a gente ouvia falar em fugas aqui, agora no meio de uma greve, teve fugas e fugas, no mínimo, ridículas. Aquilo que aconteceu em Água Boa, houve uma falha grave ou omissão. Então isso tem que ser apurado. Essa apuração não é feita pelo governador. Não sou eu que faço isso, uma comissão de servidores públicos [é que faz], é assim que a lei determina”, disse.
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A fuga ocorreu no dia 4 de janeiro após os bandidos cavarem um túnel no raio azul da ala 1, saindo do banho de sol para fora da galeria, chegando até a área da muralha. De acordo com um boletim de ocorrência registrado pela Polícia Penal, momentos antes da ação, os presos realizaram um motim enquanto estavam no banho de sol.
Um processo administrativo disciplinar (PAD) foi instaurado para apurar as responsabilidades e verificar se houve negligência. “Têm muitos indícios, vamos dizer assim, de algum tipo de negligência ou até mesmo conivência. Agora quem tem que apurar isso é a comissão de sindicância”, disse, acrescentando que não seria possível cavar um túnel sem ninguém ver.
A greve dos policiais penais foi deflagrada no dia 16 de dezembro de 2021 e só teve sua suspensão no começo de janeiro, na tentativa de abrir diálogo com o governo, que recusou negociar com os grevistas. As negociações estão sendo conduzidas pelo secretário-chefe da Casa Civil, Mauro Carvalho, e o secretário de Segurança Pública, Alexandre Bustamante.
Os servidores pedem uma equiparação salariam com os demais integrantes das forças de segurança, como da Polícia Militar e Polícia Civil.
“Eu acho que não é assim que funciona. Não pode se atirar no chão igual uma criança, fazer birra, o pai vai lá e atende. Não é porque fez greve que o governo tem que atender, podemos dialogar, podemos. Agora não adianta fazer pressão, porque não é na base da pressão que o governo vai ceder”, concluiu Mauro Mendes.