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Política Sexta-feira, 01 de Outubro de 2021, 10:20 - A | A

Sexta-feira, 01 de Outubro de 2021, 10h:20 - A | A

REDUÇÃO DE IMPOSTOS

“Lobo mau apresentando pacote da bondade no auge do desespero”, diz Emanuel

Prefeito diz que governador tenta elevar sua popularidade com pacote de redução de impostos

Gabriel Soares

Editor-Chefe | Estadão Mato Grosso

Jefferson Oliveira

Repórter | Estadão Mato Grosso

O prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB), disse na manhã desta sexta-feira (1º) que vê com desconfiança o pacote de redução de impostos anunciado pelo governador Mauro Mendes (DEM). Em conversa com jornalistas, Emanuel afirmou que tudo que o governador apresenta tem uma segunda intenção.

O prefeito detalhou que o deputado federal Emanuelzinho (PTB) já vinha trabalhando em Brasília um projeto de lei que propõe a redução do imposto sobre circulação de mercadorias e serviços (ICMS) sobre o combustível. Por isso, Emanuel cogita a possibilidade de que Mauro tenha se adiantado a este projeto para aumentar sua popularidade.

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“É o 'Lobo Mau' apresentando pacote da bondade no auge do desespero. A minha equipe está estudando isso e vendo esse pacote da bondade que o Lobo Mau apresentou. Todos os pacotes da maldade foram apresentados até agora sem ouvir ninguém e agora traz um pacote da bondade no auge do desespero, despencando nas pesquisas, envolvido em inúmeras denúncias em todos os aspectos, aí ele aparece com o pacote da bondade sem ouvir ninguém também”, disse o prefeito.

Emanuel falou que se a redução for realmente positiva para os mato-grossenses, ele vai apoiar e aplaudir. No entanto, prega cautela diante da redução, pois "a população não pode continuar sendo tapeada".

DEPUTADO CRITICOU

Ainda nesta semana, o deputado estadual Faissal Calil (PV) também “não engoliu” o pacote anunciado pelo governo e alegou que o Estado já seria obrigado a realizar essa redução por força de uma ação que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF).

“A grande verdade é que está em votação no STF, um recurso extraordinário com efeito para todo território nacional, que veda a cobrança de ICMS acima de 17% nos produtos considerados essenciais para a sociedade. Entre esses produtos, a telefonia e a energia elétrica. Então, o Mauro apenas antecipou um julgamento judicial”, declarou.

Só que não é bem assim. A ação no STF questiona a aplicação de alíquotas maiores para produtos e serviços essenciais do que em itens supérfluos. No caso específico, a empresa Lojas Americanas questiona o fato de o ICMS em Santa Catarina ser maior para a energia elétrica (25%) do que para brinquedos (17%).

O recurso especial foi a julgamento duas vezes e se encontra suspenso. O relator do caso, ministro Marco Aurélio, acatou parcialmente os pedidos da empresa, para "deferir a ordem e reconhecer o direito da impetrante ao recolhimento do ICMS incidente sobre a energia elétrica e serviços de telecomunicação, considerada a alíquota geral de 17%, conforme previsto na Lei estadual nº 10.297/1996".  Ele foi acompanhado pelo ministro Dias Toffoli, que pediu vista do processo.

Já o ministro Alexandre de Moraes divergiu quanto à alíquota da energia, afirmando que o regulamento de ICMS em Santa Catarina já prevê faixas de contribuição mais baixas, conforme o perfil do contribuinte. No entanto, manteve o trecho que pede a redução do ICMS sobre serviços de telecomunicações, também considerando que a alíquota aplicada sobre o serviço essencial é maior que a incidente sobre itens supérfluos.

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