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Política Quinta-feira, 07 de Setembro de 2023, 09:06 - A | A

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BE-A-BÁ DOS BONS MODOS

Julio Campos queria colocar Cattani em sala de aula para fazer cursinho de ética

Rafael Machado

Repórter | Estadão Mato Grosso

O resultado da Comissão de Ética da Assembleia Legislativa em aplicar apenas uma censura ao deputado estadual Gilberto Cattani (PL) não agradou ao membro do colegiado, deputado Júlio Campos (União). Apesar de não ter revelado o seu voto, em sua avaliação a penalidade contra o liberal deveria ter sido outra.

“Olha, por mim, seria diferente”, se limitou a dizer após a reunião que aconteceu na tarde desta quarta-feira, 06 de setembro.

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Por três votos a dois, a comissão decidiu historicamente pela censura ao deputado Gilberto Cattani, como forma de punição ao episódio em que comparou mulheres às vacas.

A decisão deve ser publicada ainda esta semana em Diário Oficial. De acordo com a Assembleia, na prática, a censura funciona como um repúdio às referidas atitudes do parlamentar.

Júlio comentou que os membros chegaram a cogitar que Cattani participasse de um curso de ética, mas devido à falta de estrutura, deixaram a ideia de lado.

“Foi votação secreta, 3 a 2. Três pela advertência e dois por uma suspensão por 30 dias. Mas, a maioria vence, né? A censura é um ato muito ruim, né? É a primeira vez na história do Poder Legislativo de Mato Grosso que um deputado em exercício do mandato será censurado por seus atos cometidos no exercício do mandato. Então, vai ser publicado o Direito Oficial, uma censura a ele. Como chegou a se aventar a hipótese, ele tem que fazer um curso de ética, mas como não tem, neste momento aqui, uma estrutura, ficou só a censura”, comentou.

A representação contra Cattani foi protocolada pela presidente da Comissão da Mulher da OAB, Glaucia Amaral, e pela defensora pública-geral, Maria Luziane, pedindo a abertura de um procedimento ético contra Cattani, por quebra de decoro parlamentar, e investigação por discriminação contra mulheres e desobediência aos deveres previstos na Constituição do Estado.

OUTRO CASO

Um novo pedido de abertura de investigação contra Cattani foi encaminhado para análise da Comissão de Ética. Desta vez, a vereadora por Cuiabá, Maysa Leão (Republicanos), pede adoção de medidas da Casa contra o deputado que, segundo ela, ao manter um vídeo em suas redes sociais, em que debatem sobre penalidades a estupradores, tem resultado em uma onda de comentários negativos e ameaças contra ela.

A vereadora esteve na Assembleia Legislativa na segunda, 04, pedindo que a Procuradoria da Mulher do parlamento tome alguma providência contra o deputado Gilberto Cattani, que ainda mantém uma publicação nas redes sociais em que, segundo ela, deixa a entender que é favorável aos estupradores.

No documento, assinado por 15 vereadores e entidades, Maysa pede que o Legislativo estadual apresente alguma resposta sobre o assunto, como a abertura de uma comissão processante para apurar possível quebra de decoro parlamentar de Cattani por manter o material, que está resultando em violência virtual.

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