Apesar de sua postura antipetista e de ser um dos primeiros congressistas a defender o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), o ex-governador Pedro Taques declarou voto e apoio ao candidato Lula (PT) neste segundo turno das eleições. O comunicado foi feito pelo deputado estadual Valdir Barranco, deputado estadual e presidente do PT de Mato Grosso, nesta manhã de terça-feira, 11.
Em seu Instagram, o ex-governador declarou o voto há quatro dias. Em sua publicação, ele relembra seu histórico e afirma que é preciso se posicionar, mesmo que não consiga mais se eleger. Taques pontua ser contra o fascismo, a ditadura, o racismo e a tortura, questões defendidas abertamente pelo presidente Bolsonaro (PL), que é candidato à reeleição.
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“Hoje eu já recebi a ligação do ex-governador Pedro Taques, que já declarou que vai entrar na campanha. Estará lá em São Paulo com agentes políticos, com o Alckmin [vice na chapa Lula], com o Doria [ex-governador de São Paulo], com outros pensadores do mundo jurídico. Vai gravar vídeo em favor do presidente Lula e fica muito claro, cada vez mais, que o que nós precisamos derrotar é o totalitarismo da extrema direita na campanha do outro lado de lá”, afirmou.
Recentemente, uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que aumenta o número de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) foi resgatada pela ala bolsonarista e recebida com grande aversão por juristas de todo o país. Se concretizada, a Suprema Corte poderá perder totalmente sua independência e ser ditada pelo presidente, uma vez que é ele o responsável por nomear novos ministros.
Assim, ainda que a independência dos Poderes ainda permaneça no papel, na prática o presidente passaria a ter maioria dos ministros, que poderiam votar conforme sua vontade. Atualmente, a Suprema Corte possui 11 ministros. A ideia é aumentar este número para 15. Aliados do presidente afirmam que a proposta foi resgatada para frear o que chamam de “ativismo judicial”.
A estratégia é a mesma adotada no país vizinho pelo ditador Hugo Chávez, para se perpetuar no comando da Venezuela, alvo favorito dos bolsonaristas, que sempre afirmam que a eleição de Lula poderá tornar o Brasil uma nova Venezuela, onde a fome toma conta.
Ironicamente, a PEC é de autoria da deputada federal Luiza Erundina (Psol-SP), opositora de Bolsonaro e apoiadora de Lula nestas eleições. Seu partido, aliás, está coligado com o ex-presidente, que tenta voltar ao comando da Nação.