O prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) cobrou um posicionamento da Câmara de Cuiabá sobre a morte do policial penal Alexandre Miyagawa, 41 anos, alvo de tiros disparados pelo vereador Marcos Paccola (Republicanos), que é tenente-coronel da reserva da PM. A morte ocorreu na noite de sexta-feira, 1º de julho, próximo ao Choppão, no Centro de Cuiabá.
Em conversa com jornalistas na manhã desta segunda-feira, 4, Emanuel afirmou que, a cada dia que passa, o ato de Paccola deixa de ser um heroísmo e começa a parecer uma execução. “Mas isso quem vai ver são só as investigações, mas não pode ficar sem resposta”.
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“É um réu confesso da morte desse trabalhador, desse servidor público estadual. Então, isso precisa ser esclarecido. A Câmara precisa se posicionar, seguindo as regras, as normas do regimento interno e da Lei Orgânica do Município, mas queremos que a verdade apareça e o responsável seja punido no rigor da lei, doa a quem doer”, completou.
O prefeito ainda afirmou estar acompanhando o caso e destacou a comoção que a morte de Alexandre provocou na sociedade, com vídeos que mostraram parte da situação. Questionado, Emanuel também se posicionou contra o armamento da população, citando que a liberação de armas poderia terminar em tragédias como a que ocorreu em Cuiabá.
“O armamento desemboca nesse tipo de situação que vimos aí, um trabalhador, pela informação que eu tive, um pai de família, perdeu a vida de forma trágica, traiçoeira, aquela cena dele estendido no chão [....] não sai da minha cabeça aquela cena, imaginando a mãe dele, um filho vendo aquela cena”, completou.
O CASO
O vereador tenente-coronel Marcos Pacolla matou o policial penal Alexandre Miyagawa, conhecido como ‘Japão’, de 41 anos, na noite de sexta-feira, 1º de julho, na avenida Presidente Arthur Bernardes, em Cuiabá.
Segundo o boletim de ocorrência, Paccola teria atirado e matado Alexandre porque ele estaria ameaçando a companheira. Conforme a versão do vereador, ele teria dado voz de prisão ao policial penal, que teria feito um movimento de se virar, como se fosse atirar. Neste momento, Paccola reagiu e efetuou três disparos. O parlamentar, que é tenente-coronel do Bope, sustenta que agiu para neutralizar a ameaça em legítima defesa, própria e de terceiros.
Essa versão é contestada pela namorada de Alexandre, Janaína Sá. Em vídeo publicado nas redes sociais, a mulher afirma que houve uma confusão porque Alexandre entrou na contramão para que ela pudesse usar o banheiro de uma distribuidora. Alguns motoristas ficaram revoltados e teve início uma discussão. Paccola teria chegado em meio à confusão e atirado em Alexandre.
Após o ocorrido, o vereador seguiu para a Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) por conta própria. Ele prestou depoimento por mais de 4 horas e foi liberado durante a madrugada de sábado, 2.