Os bancos em diversos ônibus do transporte público municipal de Cuiabá estão carregando uma propaganda sobre a intervenção do Estado na Saúde da capital. A mensagem orienta os pacientes que estão na fila de cirurgia a procurarem a regulação da intervenção, por meio de um contato por QR Code. Para o prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB), os pôsteres não passam de propaganda enganosa.
A declaração foi dada em entrevista exclusiva ao Estadão Mato Grosso. Para o prefeito, a intervenção do Estado está sucateando a Saúde da Cuiabá.
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“É propaganda enganosa, é propaganda que o governo está fazendo para justificar o injustificável. A saúde de Cuiabá piorou muito. No nosso tempo nós vínhamos humanizando, vínhamos avançando. Tinha problemas? Tinha, como tem no país inteiro. A população sabe que a Saúde tem (problemas) no país inteiro”, argumentou o prefeito.
Crítico ferrenho da intervenção na Saúde, Emanuel enfatizou que sua gestão é responsável por entregar várias Unidades de Pronto Atendimento (UPA), programas de apoio familiar e também a obra do Hospital Municipal de Cuiabá.
Emanuel acusou o governo de desmanchar todos os avanços conquistados por sua gestão e disse que o Estado não tem competência para administrar a Saúde da capital.
“Está sendo feito um desmonte da Saúde pública na capital. O governo do Estado há quatro anos fez intervenção na Santa Casa. A Santa Casa acabou, virou um hospital fantasma. É só você ver a incompetência do governo para gerir a Saúde Pública no estado. Não existe Saúde Pública no interior do estado. Os hospitais regionais estão desabastecidos, paralisados, como é o caso de Sorriso, Sinop e Juína, que é uma obra de tartaruga. Os hospitais regionais de Sorriso e Sinop estão parados”, concluiu o prefeito.
INTERVENÇÃO ATÉ DEZEMBRO
Perdurando desde março deste ano, a intervenção tomou a administração da Saúde de Cuiabá das mãos de Emanuel Pinheiro após uma série denúncias sobre o sucateamento do atendimento à população e descumprimento de ordens judiciais. No meio do ano, a Justiça Estadual decidiu prorrogar a intervenção até o fim do ano.
O prefeito chegou a encaminhar um recurso no Superior Tribunal de Justiça (STJ) contra a prorrogação da intervenção, mas o recurso foi negado no começo do mês, por unanimidade, pela Corte Especial do STJ. A relatora do caso e presidente do STJ, Maria Thereza de Assis Moura, votou contra o recurso, sem nenhuma oposição dos demais ministros.
“A ministra Maria Thereza nega provimento ao agravo interno e, não havendo dissenso, então julgado e acompanhado por unanimidade”, anunciou o ministro Og Fernandes.