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Política Quinta-feira, 09 de Novembro de 2023, 11:01 - A | A

Quinta-feira, 09 de Novembro de 2023, 11h:01 - A | A

OPOSIÇÃO FERRENHA

Dos 3 senadores de MT, só Fagundes seguiu Bolsonaro contra a Reforma Tributária

Os senadores Jayme Campos (União) e Margareth Buzetti (PSD), apesar de também terem ‘nadado nas raias’ bolsonaristas, votaram favoráveis à reforma

Gabriel Soares

Editor-Chefe | Estadão Mato Grosso

Dois dos três senadores de Mato Grosso votaram favoráveis ao texto da Reforma Tributária, aprovado por 53 votos contra 24 na noite desta quarta-feira, 8 de novembro, no Senado Federal. Apenas Wellington Fagundes (PL), que era mais próximo ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), votou contra a proposta, seguindo a articulação da oposição para barrar a principal aposta do governo Lula (PT) na área econômica.

Os senadores Jayme Campos (União) e Margareth Buzetti (PSD), apesar de também terem ‘nadado nas raias’ bolsonaristas, votaram favoráveis à reforma. O voto de Buzetti já era esperado, pois ela conseguiu emplacar, de última hora, uma emenda para garantir a continuidade do Fundo Estadual de Transporte e Habitação (Fethab) até 2043.

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“Conseguir estender o Fethab até 2043 foi um golaço, afinal, esse recurso retorna para o estado em forma de estradas, de pontes, e faz a economia continuar girando”, comemorou a senadora, no dia anterior à votação da reforma.

Como a PEC passou por mudanças no Senado, terá de voltar à Câmara dos Deputados para uma nova votação. Os parlamentares esperam concluir a tramitação nas duas Casas até o final do ano. Por causa da complexidade da proposta, os senadores optaram por não fatiar o texto, promulgando a parte aprovada e deixando as alterações para os deputados votarem.

Após a aprovação em segundo turno, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, afirmou que a reforma tributária “se impôs porque o Brasil não podia mais conviver com o atraso”. Segundo ele, as mudanças na tributação sobre o consumo estimularão o desenvolvimento econômico, ao substituir o “carnaval tributário” existente até agora no Brasil, citando uma expressão do tributarista Augusto Becker, e unificar tributos.

Durante as discussões em plenário, que começaram por volta das 15h, o relator da proposta de emenda à Constituição (PEC), senador Eduardo Braga (MDB-AM), acatou seis novas emendas que ampliam as exceções à alíquota padrão do futuro Imposto sobre Valor Adicionado (IVA). Por sugestão da vice-líder do Governo no Senado, Daniella Ribeiro (PSD-PB), o setor de eventos foi incluído na alíquota reduzida em 60%.

O relator também acolheu emenda do senador Plínio Valério (PSDB-AM) para equiparar a remuneração dos servidores dos fiscos municipais e estaduais aos da Receita Federal. Segundo Valério, a integração do mesmo fato gerador entre a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS), da União, e do Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), administrado pelos governos locais, fará os fiscos locais exercerem a mesma função da Receita.

RESISTÊNCIA DOS GOVERNADORES

Na votação desta quarta, a proposta enfrentou resistência de última hora de governadores do Sul e do Sudeste. Eles protestaram contra uma emenda acatada por Braga na CCJ que acrescentou três parágrafos ao Artigo 19 da PEC que prorroga, pela quarta vez, incentivos a montadoras de veículos do Nordeste e do Centro-Oeste. Essa prorrogação havia sido derrubada na Câmara, em julho, quando os deputados rejeitaram um destaque para prorrogar os benefícios para as duas regiões.

No início da tarde, os governadores do Sul e do Sudeste reuniram-se com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e ameaçaram orientar as bancadas de seus estados a votar contra a reforma tributária caso não consigam retirar, na votação de destaques, emendas que consideram como “jabutis”, inclusões de pontos não relacionados à proposta principal. Segundo os governadores, as alterações de última hora ampliam a desigualdade de tratamento entre Norte, Nordeste e Centro-Oeste contra as outras duas regiões.

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