A tramitação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) da Câmara dos Deputados, que proíbe o aborto mesmo em casos atualmente autorizados por lei, causou um desconforto entre a senadora Margareth Buzetti (PSD) e a deputada federal Coronel Fernanda (PL).
Na semana passada, durante uma entrevista, a senadora havia dito que a deputada deveria se colocar no lugar da vítima. "Eu queria saber se uma filha dela fosse estuprada, se ela pensaria do mesmo jeito. É complexa essa discussão, é uma agressão", comentou Buzetti.
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A deputada Coronel Fernanda alegou que a senadora estaria "mal-informada" e que ela deveria esperar a PEC chegar ao Senado para se posicionar. Ainda, que defende o direito à vida e que mesmo se tivesse uma filha menor de idade vítima de um estupro iria defender a causa, contra o aborto.
"Eu acho uma falácia uma coisa dessa. Querer desconstruir e defender o aborto. Eu não vi até hoje um projeto da esquerda defender o tipo de parto que a a mulher deseja ter. Se você chegar hoje em um hospital público, você só faz o parto cesariano quando está quase morrendo, coisa que você pode fazer na rede privada. A esquerda defende isso porque fazem parto humanizado, mas essas mulheres que estão na esquerda estão dentro de uma piscina e fazendo gracinhas em um apartamento de cinco estrelas", criticou.
No caso de ter uma filha grávida vítima de um estupro,a deputada diz que iria dar todo amparo a ela e que não deixaria que realizasse um aborto. "Eu sempre fui contra o aborto, mesmo no caso de estupro. Se fosse a minha filha iria apoiá-la e dar todo apoio a ela para levar esta gravidez até o final. A criança não é o marginal, não é o criminoso, o criminoso é quem cometeu o estupro. Quero ver quem é a mulher da esquerda que vai defender isso. Eu não discuto a vida", comentou.
A PEC está sendo analisada em um colegiado especial na Câmara Federal e já foi aprovado por 35 votos a 15. A mensagem não considera o risco de morte para a gestante, gravidez resultante de estupro e anencefalia fetal, no caso, a má-formação do cérebro, como exceções para autorizar o aborto.
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