O vereador Kássio Coelho (Patriota) será o relator do processo de cassação contra o vereador Tenente-Coronel Paccola (Republicanos) na Comissão de Ética da Câmara de Vereadores. O anúncio foi feito na manhã desta terça-feira, 2 de agosto, pelo presidente da Comissão de Ética, Lilo Pinheiro (PDT).
Paccola é acusado por quebra de decoro parlamentar, devido ao assassinato do agente penitenciário Alexandre Miyagawa, morto com três tiros pelas costas na noite do dia 1º de julho, durante uma confusão em uma distribuidora de bebidas em Cuiabá.
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Nesta terça, a Câmara rejeitou um pedido de afastamento imediato de Paccola e determinou que o processo tramite pela Comissão de Ética. Kássio Coelho foi escolhido relator por prudência, já que a outra opção para o posto seria o vereador Adevair Cabral (PSDB), que é líder do prefeito na Câmara.
“Eu achei mais prudente, e mais coerente, tendo em vista o vereador Paccola ser um vereador de oposição. A gente não quer misturar as coisas e o vereador Adevair Cabral é líder do governo aqui na Câmara. Então, a gente achou mais prudente designar, oficialmente a partir de quinta-feira, o vereador Kássio Coelho como relator”, explicou Lilo.
Após a nomeação de Kássio como relator do processo, abre-se prazo de cinco sessões para que Paccola apresente sua defesa por escrito. Em seguida, Kássio poderá pedir novas diligências ou oitivas que ajudem a elucidar a situação. A Comissão de Ética tem até 90 dias para concluir o processo.
Em conversa com jornalistas, Kássio afirmou que ainda não teve oportunidade de se informar sobre o acontecimento nem teve acesso ao inquérito policial, com cerca de 500 páginas, sobre a morte de Alexandre.
“Nesse momento, eu vou tomar pé da situação e ver as questões de prazo também. Eu volto quinta-feira nesta Casa, aí a gente vai pegar. Eu já fiz uma reunião no meu gabinete, já chamei a parte jurídica, essa Casa também, a Procuradoria vai estar junto conosco, até para dar a resposta adequada e correta”, pontuou.
Kássio terá uma missão complicada pela frente. Além de ser o relator do caso, ele também é pré-candidato no Senado pelo Patriota. Em conversa com jornalistas, ele demonstrou estar contrariado, pois pretendia se dedicar à campanha e "foi pego de surpresa".
"Se tivesse outra pessoa pra assumir", lamentou, ao revelar que tentou se afastar por mais 30 dias da Câmara, mas não conseguiu.
Apesar disso, o presidente da Comissão de Ética acredita que não haverá prejuízo aos trabalhos.
“O vereador Kássio ele tá ciente da responsabilidade assumida. Antes de designá-lo relator, a gente conversou, demonstrou a ele esse momento que a Câmara vive e essa pressão popular. Eu tenho certeza que, independente da eleição, ele vai agir de forma ética e dar a resposta necessária”, avaliou Lilo.