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Política Sexta-feira, 08 de Julho de 2022, 12:03 - A | A

Sexta-feira, 08 de Julho de 2022, 12h:03 - A | A

VISTORIA EM VG

Comissão da Câmara Federal vai recomendar ao TCU a retomada das obras do VLT

"Não concluir essa obra é um prejuízo enorme para a população”, disse o presidente da Comissão, após vistoria em Cuiabá e Várzea Grande

Da Redação

Redação | Estadão Mato Grosso

O prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) acompanhou na manhã desta sexta-feira (8) o trabalho de fiscalização da Comissão de Viação e Transportes da Câmara dos Deputados, nas obras inacabadas do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), em Cuiabá e Várzea Grande.

A visita da comissão foi articulada pelo deputado federal Emanuel Pinheiro Neto, o Emanuelzinho (MDB), e aprovada na Câmara Federal em maio de 2022, após requerimento apresentado pelo deputado federal Gutemberg Reis e subscrito pela deputada Christiane de Souza Yared.

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A Comissão da Câmara Federal deu início à vistoria pela Avenida Fernando Corrêa, no Viaduto Jornalista Clóvis Roberto, depois seguiu para a Avenida Palmiro Paes de Barros, no viaduto que dá acesso ao município Santo Antônio do Leverger. A equipe visitou também a região do Largo do Rosário e passou pelas obras na Avenida Historiador Rubens de Mendonça, no viaduto Jamil Boutros Nadaf. Em seguida, os membros da Comissão partiram para a cidade de Várzea Grande, onde fiscalizaram a Avenida da FEB, e depois seguiram para o Centro de Manutenção e Controle Operacional (CMCO) do VLT Cuiabá-Várzea Grande, local de armazenamento dos trens do VLT.

“O VLT é viável tanto em Cuiabá e Várzea Grande, como em outras cidades do Brasil e do mundo. Os vagões que aí estão possuem a tecnologia adequada e estão bem mantidos, os equipamentos podem ter mais de 50 anos de utilização, diferente do sistema BRT que deve ser trocada as baterias a cada oito anos, o que representa mais de 50% do custo. Os recursos de R$ 1 bilhão foram investidos, a infraestrutura já está praticamente pronta e não concluir essa obra é um prejuízo enorme para a população, que merece um sistema de qualidade”, destaca o presidente da Comissão.

Na quinta-feira (07), Cuiabá realizou a Conferência Municipal Sobre o Modal de Transporte Público (VLT X BRT), que promoveu um debate político e técnico para garantir transparência às informações e apresentar as vantagens e ou desvantagens dos dois modais.

“É o Brasil olhando para Cuiabá. De dentro para fora não estava surtindo resultados. Então, chegamos nessa articulação dos deputados Emanuelzinho e José Medeiros de inverter a estratégia. O Brasil vai pressionar Cuiabá, Várzea Grande e Mato Grosso para evitar que esse maior escândalo com o dinheiro público não se eternize e para que possamos comprovar, através da paralisação das obras, que todos os dados que o Governo do Estado utilizou para trocar o modal para BRT foram fraudados, conforme foi evidenciado ontem por técnicos e especialistas durante a Conferência. O TCU vai julgar o mérito da nossa ação que suspendeu a licitação do BRT e, após o final do relatório técnico da Comissão, vão ter os instrumentos necessários para anular a lei na Assembleia que autorizou a troca do modal e conseguir na Justiça a retomada e conclusão das obras do VLT”, declara o prefeito Emanuel Pinheiro.

Articuladores da visita, o deputado federal Emanuelzinho (MDB) e o deputado federal José Medeiros (PL) também acompanharam a fiscalização e explicaram que, após a vistoria, os técnicos da Comissão vão preparar o relatório que será encaminhado aos órgãos competentes. O prazo para finalização do relatório é de dois meses.

“A partir de agora será feito um relatório oficial da Câmara, que será remetido aos órgãos oficiais, Tribunal de Contas da União, Ministério Público Federal e que poderá ser utilizado pelo judiciário. Isso não vai ficar bom para quem quer jogar todo esse R$ 1 bilhão para debaixo do tapete”, pontua Medeiros.  

“Essa é uma defesa de Cuiabá e Várzea Grande, tendo em vista que técnicos de autoridade incontestável estão afirmando que não há projeto, que não houve cálculo de tarifa, as desapropriações sobre licença ambiental e não houve planejamento de nada. Então, foi um tiro no escuro com interesses subalternos porque não houve qualquer discussão com a população. Então, a minha luta para que a Comissão de Transporte viesse fiscalizar foi justamente para dar uma luz nas sombras do VLT com informações técnicas e concretas”, acrescenta Emanuelzinho.

Participaram ainda o ex-secretário da Secretaria Nacional de Mobilidade e Serviços Urbanos e secretário-geral da Associação Latino-Americana de Ferrovias (ALAF), Jean Carlos Pejo, e do presidente da Associação Brasileira da Indústria Ferroviária (Abifer), Vicente Abate, o presidente do Conselho Regional de Corretores de Imóveis de Mato Grosso (CRECI/MT), Claudecir Contreira, o vereador e presidente da Comissão de Transportes da Câmara Municipal, Sargento Vidal, entre outros convidados.

SOBRE O VLT

Com 22 quilômetros de extensão, ligando Cuiabá e Várzea Grande pelos eixos Aeroporto-CPA e Porto-Coxipó, o Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT) possui 40 trens com 7 vagões cada. Cada trem comporta 400 pessoas, com capacidade de transportar mais de 100 mil pessoas por dia.

Os trens são movidos a tração elétrica, com velocidade máxima 70 km/hora. Além disso, o VLT é equipado com ar-condicionado, sistema de entretenimento, áudio e vídeo, caixa preta para registro de eventos e dados de voz, câmeras de vigilância interna e externa. O sistema de economia de energia possui baterias e supercapacitores que captam a força nas frenagens, armazenam a energia e utilizam na tração do veículo, garantindo mais sustentabilidade ao modal.  

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