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Política Sábado, 07 de Janeiro de 2023, 09:29 - A | A

Sábado, 07 de Janeiro de 2023, 09h:29 - A | A

INCOERÊNCIA

Com presidente investigado por atos golpistas, Aprosoja está preocupada com governo federal

Antônio Galvan foi alvo da Polícia Federal no ano passado

Da Redação

Redação | Estadão Mato Grosso

A Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja) emitiu uma nota nesta sexta-feira, 6 de janeiro, em que demonstra preocupação sobre as decisões e políticas públicas defendidas pela atual gestão federal e, principalmente, do Ministério da Agricultura.

Segundo a entidade, o atual governo defende pautas voltadas a grandes grupos econômicos e ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) que, “deixam dúvidas sobre a atuação direcionada à grande maioria dos produtores rurais do país, que são pequenos e médios”.

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Eles preferiram não comentar sobre a indicação do senador Carlos Fávaro (PSD) ao posto de ministro da Agricultura e Pecuária e ressaltam que aproximação do governo com MST tem trazido mais preocupações aos produtores.

“A posição institucional é a preocupação em relação às atitudes do atual Ministro, desde antes da posse, a exemplo da aproximação aos movimentos de invasão de terra que preocupa muito o setor produtivo, porque a essência da produção é a propriedade privada. Em hipótese alguma podemos concordar com uma organização que fomenta invasão de propriedades, isto é crime definido no Código Penal”, destacaram.

Além disso, a Aprosoja ressalta que tem trazido preocupação é a política ambiental do novo governo. A entidade destaca que Mato Grosso é o maior produtor de soja do país e que respeita as normas previstas no Código Florestal.

Eles também veem com apreensão a política de armazenamento, calendário de plantio de soja em Mato Grosso e linha de crédito para investimentos no setor.

“A gente sabe que agricultura é um setor de risco e precisamos ter crédito viável e acessível, assim como seguro agrícola. Então, quem vai dizer a opinião do setor em relação ao Ministro são os passos que ele vai dar, as decisões que ele vai tomar com relação aos pequenos e médios produtores. Serão políticas para mega grupos empresariais ou para atender as famílias que chegaram aqui há 30, 40 e 50 anos e fazem de Mato Grosso esta grande potência?”, questionam.

Durante o período eleitoral, produtores de soja e milho de Mato Grosso decidiram que Fávaro, o deputado federal cassado Neri Geller (PP), e o empresário, Carlos Augustin, não têm legitimidade para representar o setor como interlocutores em Brasília.

O presidente nacional da entidade, Antonio Galvan, foi candidato ao Senado nas eleições deste ano e é apoiador ferrenho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Galvan foi alvo da Polícia Federal por apoiar movimentos golpistas no ano passado.

Segundo a Aprosoja, que representa a categoria, ao apoiar as políticas do Partido dos Trabalhadores (PT), eles entraram diretamente em divergência com os valores conservadores da classe produtora.

Veja a nota na íntegra:

O direcionamento e decisões de políticas públicas dos próximos quatro anos, oriundas do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) preocupa a Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT). Isso porque, de acordo com a entidade, a proximidade do atual governo com pautas voltadas a grandes grupos econômicos, e também, a organizações como as do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), por exemplo, deixam dúvidas sobre a atuação direcionada a grande maioria dos produtores rurais do país, que são pequenos e médios.

“Não vou entrar no mérito sobre o nome do novo ministro. A Aprosoja-MT tem sido questionada sobre o nome do senador Carlos Fávaro e, primeiramente, entendemos que é a opção do grupo político eleito indicar a pessoa que possua as qualidades para assumir o cargo. A posição institucional é a preocupação em relação às atitudes do atual Ministro, desde antes da posse, a exemplo da aproximação aos movimentos de invasão de terra que preocupa muito o setor produtivo, porque a essência da produção é a propriedade privada. Em hipótese alguma podemos concordar com uma organização que fomenta invasão de propriedades, isto é crime definido no Código Penal”, pontua a Aprosoja-MT.

Conforme a Aprosoja-MT, as políticas públicas do setor precisam ser pensadas para atender a maioria dos produtores rurais, que atualmente são pequenos e médios produtores.

Além disso, os agricultores esperam que haja justiça e defesa com relação à preservação ambiental que já é feita no campo, uma vez que Mato Grosso é o maior produtor de soja do Brasil, destinando apenas 11% do seu território para o cultivo de lavouras, e o Brasil - maior produtor mundial da oleaginosa – mantém florestas preservadas em mais de 65% de sua extensão territorial, inclusive boa parte dentro das próprias propriedades rurais.

“Nenhum país do mundo onde se pratica agricultura, tem uma produção mais sustentável que a do Brasil, com quantidade de vegetação nativa maior que muitos países europeus juntos. Além disso, temos uma legislação ambiental moderna e restritiva, que inclusive impõe ônus ao produtor rural. Problemas, como o desmatamento ilegal, devem ser combatidos dentro dos mecanismos legais existentes. É isso que esperamos que o atual Ministro defenda, e não se submeta a interesses internacionais em detrimento dos produtores, inclusive aceitando imposições que vão além do Código Florestal Brasileiro”, destaca a Associação.

Outros pontos de atenção relacionados ao Partido dos Trabalhadores e a políticas agropecuárias do Mapa também preocupam a associação.

“Nós sabemos que tem uma ação do Partido dos Trabalhadores contra o calendário de plantio da soja em Mato Grosso, e outra contra o Instituto Mato-grossense do Agronegócio (Iagro) que vão contra a posição da grande massa dos produtores do estado, representados pela Aprosoja-MT. Também nos preocupa a questão do armazenamento, precisamos saber como isso vai funcionar a partir da divisão da pasta. Os pequenos e médios produtores só terão viabilidade no médio prazo se tiverem estrutura de armazenagem em suas propriedades e isso é uma política pública que precisa ser tratada como prioridade”, lembrou a Entidade.

Outra preocupação dos produtores de soja e milho é a disponibilização de crédito para investimento no setor. “A gente sabe que agricultura é um setor de risco e precisamos ter crédito viável e acessível, assim como seguro agrícola. Então, quem vai dizer a opinião do setor em relação ao Ministro são os passos que ele vai dar, as decisões que ele vai tomar com relação aos pequenos e médios produtores. Serão políticas para mega grupos empresariais ou para atender as famílias que chegaram aqui há 30, 40 e 50 anos e fazem de Mato Grosso esta grande potência? Afinal, todo governante é passageiro, todo ministro é passageiro, mas o setor sempre vai continuar existindo independentemente de quem esteja à frente. O nosso papel é cobrar políticas que atendam a maioria representada por nós”, finaliza a Aprosoja-MT.

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