"A onda de incêndios na região do Pantanal ocorreu por falhas do Governo do Estado, Assembleia Legislativa e da população, que não cobrou os órgãos competentes". A análise é do presidente da Assembleia Legislativa, Eduardo Botelho (UB), em conversa com jornalistas nesta terça-feira, 21 de novembro, ao culpar a “falha generalizada” pelo incêndio que destruiu o Pantanal neste ano.
O fogo consumiu mais de 1 milhão de hectares do bioma, três vezes mais do que o registrado em todo ano de 2022. Novembro foi o mês que mais registrou focos de fogo. Nos últimos 15 dias, o Pantanal bateu recorde de focos de incêndios, alcançando mais de 3 mil pontos de calor. Devido ao incêndio, o Estado decretou situação de emergência ambiental por 60 dias e pediu apoio do governo federal para o combate às chamas.
- FIQUE ATUALIZADO: Entre em nosso grupo do WhatsApp e receba informações em tempo real (clique aqui)
- FIQUE ATUALIZADO: Participe do nosso grupo no Telegram e fique sempre informado (clique aqui)
"Eu acho que nós falhamos novamente com o Pantanal, tanto a Assembleia Legislativa falhou e o Executivo. Nós tínhamos que ter sido proativo, nós tínhamos que ter entrado, nós temos que estar trabalhando nisso e nós deixamos acontecer novamente essa queimada no Pantanal. E acho que foi uma falha generalizada. Eu não diria só do Governo, mas a Assembleia e a população também, que devia ter vindo cobrar mais", disse.
Na avaliação de Botelho, a Assembleia falhou porque possui uma Câmara Setorial Temática criada para analisa e propor soluções estaduais para mudanças climáticas e demais acompanhamento ao setor do meio ambiente, que não teria agido no começo do incêndio.
"A Assembleia pode fazer alguma coisa? Pode, porque tem um observatório que foi criado para acompanhar questões ambientais e falhou também", contou.
Desde a semana passada, o fogo avançou pela região dos parques do Pantanal e do Encontro das Águas, chegando à rodovia Transpantaneira, a principal via de acesso ao bioma em Mato Grosso, que liga Poconé a Porto Jofre, na divisa com Mato Grosso do Sul.
Mais de 290 agentes do Corpo de Bombeiros, Defesa Civil, do Instituto de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) estão há dias na região para tentar evitar que o fogo se alastre.
Por sorte, as chuvas recentes que atingiram Mato Grosso ajudaram a conter as chamas. Nesta terça, o governador Mauro Mendes (UB) disse que o fogo já está controlado, "graças a São Pedro". "São Pedro já ajudou e já apagou", afirmou.
