Após a entrega de denúncias sobre os trabalhos realizados pelo Gabinete de Intervenção na Saúde Pública a Câmara de Cuiabá, a base do prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) tenta emplacar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar as compras realizadas pela equipe estadual durante o período à frente da pasta.
A proposta foi anunciada pelo vereador Sargento Vidal (MDB) durante a sessão ordinária desta terça-feira, 12 de setembro. Ele e o presidente do Parlamento, vereador Chico 2000 (PL), estiveram com o prefeito, onde foi apresentado a “caixa-preta” da intervenção, que aponta o suposto rombo de R$ 183 milhões.
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De acordo com Vidal, o objetivo da investigação é apurar cerca de 300 compras realizadas pelos interventores através do procedimento indenizatório, sem licitação.
“Realmente, os documentos são muito comprobatórios e muito vergonhosos, até porque não havia necessidade alguma de se comprar sem licitação com indenizatória uma vez que Cuiabá participa do consórcio municipal de saúde onde o prefeito Emanuel Pinheiro tinha entrado antes da intervenção. A gente pegou 14 produtos aleatórios que 300 que foram comprados nesse indenizatória, pasmem, apenas 14 produtos deram rombo ao município acima de meio milhão de reais, apenas 14 dos 300”, comentou.
Ele disse que o Legislativo cuiabano não pode ser omisso diante dos fatos apresentados pelo prefeito.
“Eu, participando da comissão de saúde, não iria ficar calado, não ia ficar omisso. É confirmado isso? Não sei, vamos confirmar. Apresentei uma CPI dos Indenizatórios e quero investigar tudo o que o prefeito apresentou, pode ser verdade, pode ser que não, mas cabe a essa Casa uma vez receber uma denúncia tão grave não ser omissa. A Assembleia Legislativa recebeu e eu espero que lá abram uma CPI também, não se omitam”, destacou.
DENÚNCIA
O prefeito de Cuiabá foi até a Assembleia Legislativa na última semana para entregar ao presidente Eduardo Botelho (União) uma denúncia que aponta rombo milionário nos cinco meses de trabalho da equipe interventora do Estado na Saúde Pública da capital. De acordo com Emanuel, com bases em denúncias e com os documentos disponíveis no sistema do Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso (TCE-MT), o rombo chega a R$ 183 milhões.
Emanuel comentou que decidiu entregar primeiro à Assembleia, que foi o órgão que “chancelou” o processo interventivo no Município. Ele destacou que o conteúdo é uma verdadeira caixa-preta que, segundo ele, será capaz de inviabilizar o Serviço Único de Saúde (SUS) de Cuiabá.
Emanuel ainda denunciou que o governo não pagou nenhum centavo do passivo de sua gestão do ano passado, no entanto, durante os cinco meses de intervenção injetou na Saúde da capital mais de R$ 70 milhões. Mesmo assim, o emedebista reclamou dizendo que a equipe do governo aumentou o déficit da pasta e está acumulando dívidas com encargos trabalhistas.
