Alvo de críticas de um grupo do PT liderado pelo deputado estadual Lúdio Cabral, o vice-prefeito de Cuiabá, José Roberto Stopa (PV), anunciou na tarde desta quinta-feira, 26 de maio, que não irá mais disputar o governo do Estado. Ele era cotado como um dos possíveis nomes para encabeçar a chapa da federação formada por PT, PC do B e PV.
Em tom de desabafo, Stopa afirma que a coletiva promovida pelo grupo de Lúdio para lançar seus próprios pré-candidatos soou como uma ‘traição’. Na ocasião, os membros desse grupo fizeram duras críticas contra Stopa e afirmaram que ele não deveria liderar o projeto político da esquerda.
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“Eu já estava de ‘saco cheio’. Nós fizemos um acordo na federação, que poderia aparecer 10 nomes, 20 nomes, e o melhor nome é que seria candidato. Apareceu o meu, o da Maria Lúcia e depois poderia aparecer dez. O que não pode é companheiros criticar companheiros, é ficar com essa mesquinharia”, desabafou.
Stopa afirmou ainda que a federação criou um fórum para a realização desse debate, para debater a escolha do melhor nome que pudesse enfrentar o governador Mauro Mendes (UB) na disputa pelo governo do Estado.
“Tem um fórum para discutir e eles não vão ao fórum, para depois covardemente fazer críticas pelas costas... é impossível ser parceiro desse tipo de gente”, afirmou.
“Isso é coisa de moleque, não é covardia”, complementou.
A possível candidatura de Stopa havia sido lançada pelo prefeito Emanuel Pinheiro (MDB), que chegou a cogitar se lançar na disputa, mas preferiu encaminhar seu vice após conversar com várias lideranças políticas.
Momentos depois do desabafo de Stopa, Emanuel sinalizou à imprensa que ainda tentará convencer seu principal aliado a permanecer na disputa.
“A gente já tinha conversado, mas nós vamos ter uma reunião hoje à noite [...], um jantar, e aí nós vamos conversar melhor. Vamos dar tempo ao tempo. O Stopa é um grande nome, um grande quadro e precisa ser respeitado”, disse o prefeito.
'CASADO NA MARRA' - Stopa nunca foi favorável à formação de uma federação com o PT para a disputa eleitoral deste ano. Quando o assunto ainda estava sendo debatido em nível nacional, ele afirmou várias vezes que era contra a aliança. Entretanto, a decisão ocorreu em nível nacional e foi ‘empurrada’ para as regionais.
“Sempre fui contra a federação, principalmente com o PT. [...] Agora, sou mais ainda”, ressaltou.
Pelas regras eleitorais, os partidos que compõem uma federação precisam atuar como se fosse uma única sigla pelos próximos quatro anos.
