Ao entregar a Prefeitura de Cuiabá para o prefeito Abílio Brunini (PL) nesta quarta-feira, 1º de janeiro, Emanuel Pinheiro (MDB) negou que tenha deixado qualquer dívida trabalhista para seu sucessor. Em conversa com jornalistas durante o evento de passagem da faixa de prefeito, no Teatro Zulmira Canavarros, Emanuel afirmou que ‘acostumou mal’ a população cuiabana ao pagar os salários no último dia útil do mês, já que a lei permite pagar até o quinto dia útil do mês subsequente.
O emedebista ainda ressaltou que não enfrentou greves em sua gestão, apenas paralisações curtas.
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“O único prefeito da história de Cuiabá que nunca teve greve, nunca teve paralisação, foi de uma semana, pô! É que Emanuel Pinheiro acostumou mal, no bom sentido, a população, de tão bem que eu fiz à população. Sete anos e nove meses pagamento rigorosamente em dia, no último dia do mês, sendo que, por lei, a Constituição Federal, o salário do servidor público deve ser pago até o quinto dia útil do mês subsequente”, afirmou.
Emanuel voltou a culpar o adiamento no repasse do Governo do Estado pelo atraso no pagamento dos servidores em dezembro. Apesar disso, o agora ex-prefeito garante que seu sucessor terá recursos em caixa para quitar a folha até o quinto dia útil do mês.
“Deixo a Prefeitura com R$ 33 milhões em caixa e mais R$ 10 milhões, que Emanuelzinho e [o ministro Carlos] Fávaro arrumaram, que paga até o dia 8, do Ministério da Saúde. Com mais a receita que o Município vai ter e mais a liberação do Governo do Estado, que está nesses R$ 32 milhões, que não pagou. O único Estado que não pagou o ICMS e o IPVA no último dia útil do mês, paga-se a partir de amanhã. O prefeito Abílio pode, tranquilamente, pagar a folha e chegar no quinto dia útil, como manda a Constituição”, enfatizou.
Mais cedo nesta quarta, Abílio criticou Emanuel por não ter quitado a folha salarial dentro do mês trabalhado. O novo prefeito ressaltou que essa seria a primeira vez que vê um gestor sair do Alencastro sem quitar os salários, deixando para seu sucessor a tarefa de pagar duas folhas salariais dentro de um mesmo mês.
Já Emanuel lembrou aos jornalistas que outros prefeitos da capital, notadamente no início da década de 2000, deixaram até quatro folhas salariais sem pagar. É o caso, por exemplo de Roberto França e de seu antecessor, José Meirelles.
“Agora, eu saldei. Não existe dívida. Único prefeito que não deixou dívida de prêmio-saúde e nem de décimo terceiro. Agora: ‘ah, Emanuel, qual foi o atraso?’. Pode olhar: uma semana, no máximo dez dias. Claro, é um direito, mas é uma lógica bem de prefeitos que deixaram duas, três, quatro folhas aí no passado e não pagaram direitos aos servidores”, concluiu.
