Uma das vítimas de extorsão no camelô de Várzea Grande chegou a comprar uma arma na intenção de se matar devido às ameaças feitas por membros do Comando Vermelho. O episódio foi relatado pelo delegado Antenor Pimentel, da Gerência e a Delegacia de Combate ao Crime Organizado (GCCO/Draco), que deflagou a operação 'A César o que é de César' na manhã desta segunda-feira, 10 de fevereiro. A ação policial cumpriu mandados de prisão, buscas, sequestro de bens e bloqueios de contas dos investigados.
Conforme o delegado, outras vítimas chegaram a fechar seus estabelecimentos devido à extorsão praticada pelos faccionados. Outros comerciantes estão passando por tratamento psicológico.
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"A gente teve todo tipo de relato de pessoas desesperadas. Comerciantes que fecharam o comércio, pessoas que estão em depressão e acompanhamento psicológico e teve esse caso mais drástico, de um que falou que iria se matar, que tinha uma arma ou conseguiu uma arma e que pensava em se defender, pensava em se matar", falou o delegado.
As investigações têm como principais alvos dois suspeitos que ameaçaram e extorquiram lojistas, exigindo o pagamento de uma taxa sobre o faturamento, para que não tivessem seus estabelecimentos incendiados. As ameaças se estenderam a funcionários e familiares das vítimas. As denúncias apontaram que os criminosos estavam exigindo dos comerciantes uma “taxa de funcionamento” no percentual de 5% sobre o faturamento mensal das lojas.
INTIMIDAÇÕES
Líder do esquema criminoso de extorsões aos comerciantes em Várzea Grande, O.R. se apresenta como "disciplina" da facção ao abordar os lojistas. Ele e os cúmplices monitoram as rotinas e mantêm presença constante nos estabelecimentos, sob o pretexto de oferecer "segurança".
Diante da recusa ao pagamento, o grupo recorria a ameaças de morte, violência física e incêndios criminosos contra os comerciantes, funcionários e familiares. O.R. ainda faz chamadas de vídeo em grupo pelo WhatsApp para intimidar as vítimas e define os valores exigidos e os métodos de pagamento, que podem ser feitos em dinheiro ou Pix.
Para reforçar a intimidação e ocultar sua identidade, usa a imagem de Tommy Shelby, personagem da série Peaky Blinders. Durante as ligações e conversas, alega manter contato direto com criminosos presos, que seriam seus líderes.
O outro comparsa do esquema é C.R.L.S., conhecido como ‘Maxixi’. Junto com o principal investigado, reforça as ameaças aos comerciantes e, em algumas situações, assumiu atitudes mais agressivas, com violência nas abordagens e tem papel direto na cobrança e recebimento das taxas ilegais.
Os integrantes do esquema monitoram de perto a rotina dos comerciantes, garantindo que os pagamentos sejam realizados e reforçando a intimidação, com presença constante no camelódromo em Várzea Grande.
“Sob a falsa alegação de oferecer segurança aos estabelecimentos, na realidade esses criminosos exercem pressão sobre as vítimas, as coagindo e amedrontando”, pontuou o delegado Antenor.
A GCCO reforça que denúncias sobre fatos semelhantes pode ser denunciados diretamente à unidade policial, com o sigilo garantido, pelos telefones (65) 98173-0700 ou 197.