Alvo da operação Apito Final, o tesoureiro do Comando Vermelho, Paulo Winter Farias Paello, o “WT”, fundou um time de futebol amador apenas para lavar o dinheiro da facção criminosa. Batizado de “Amigos do W.T”, o time disputava torneios amadores em Cuiabá e em outros estados do Brasil. Aliás, Paulo foi preso durante um torneio realizado na última sexta-feira, 29 de março, na capital de Alagoas, já durante os desdobramentos da operação Apito Final.
As informações foram reveladas pelo delegado Rafael Scatolon durante coletiva de imprensa realizada na sede da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) nesta terça-feira, 2 de abril, em Cuiabá. Além de W.T, outras três pessoas foram presas: Alex Júnior Santos de Alencar, Andrew Nickolas Marques dos Santos e Tayrone Junior Fernandes de Souza.
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“Eles estavam durante o torneio de futebol, especificamente após a primeira partida. Haveria uma segunda partida no final da tarde, mas nós realizamos a ação entre a primeira e a segunda partida. Não houve nenhum tipo de reação dentro do próprio campo de futebol”, explicou o delegado, enfatizando que os alvos foram presos no intervalo entre dois jogos de futebol.
Segundo o delegado, o time foi montado exclusivamente com o propósito de lavagem de dinheiro, mas já estava em andamento a construção de um Centro de Treinamento, com objetivo de criar uma escolinha de futebol para crianças e adolescentes. No entanto, as obras foram paralisadas.
“Esse time, inclusive, ele já possui recentemente uma pessoa jurídica aberta, né?! E esse centro de treinamento, são vários lotes em um determinado bairro aqui, em que está sendo realizada essa construção para receber crianças e adolescentes para fins de realizar escolinha de futebol, além do próprio treinamento desse time”, explicou.
Apesar da suspeita de uso ilegal, o time não está impedido de participar de torneios. O delegado afirmou que ainda pretende tomar medidas contra a pessoa jurídica do clube, mas não pode agir no âmbito desportivo.
“Como não se trata de um time federado, nós não conseguimos impedir uma eventual atuação ou disputa de torneio por parte desse time. Em relação ao CNPJ, nós vamos tomar as providências em relação a essa eventual pessoa jurídica em nome do time, uma vez que o clube é claramente utilizado em benefício da facção criminosa”, explicou o delegado.
Os presos no estado de Alagoas serão trazidos a Cuiabá quando a Justiça julgar necessário.
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