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Polícia Segunda-feira, 11 de Março de 2024, 12:36 - A | A

Segunda-feira, 11 de Março de 2024, 12h:36 - A | A

CASO ZAMPIERI

Suspeito de mandar matar advogado disputava terras de R$ 6 milhões em MT

À época do assassinato, Roberto Zampieri buscava um mandado de reintegração de posse na Justiça

Bruna Cardoso

Repórter | Estadão Mato Grosso

Preso por suspeita de ordenar o assassinato do advogado Roberto Zampieri, o produtor rural Aníbal Manoel Laurindo é parte de um processo de disputa por terras que se arrasta há mais de 20 anos, no município de Paranatinga, com valor estimado em quase R$ 6 milhões. Zampieri atuava contra Aníbal nesta causa, conforme apurado pela reportagem do Estadão Mato Grosso.

A ação de disputa pelas terras teve início em 2003 e o cliente de Zampieri já havia conseguido vitória no processo, mas Aníbal contestava as decisões judicialmente. À época do assassinato, Zampieri buscava garantir o cumprimento de sentença e havia pedido à Justiça que determinasse a reintegração de posse de uma área.

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A Justiça chegou a determinar a reintegração de posse, mas Aníbal recorreu e até conseguiu um efeito suspensivo. Porém, o relator do caso teria se declarado suspeito e revogou a decisão que concedeu efeito suspensivo, o que fez Zampieri pedir novamente um mandado de reintegração de posse.

Em decisão proferida no dia 4 de dezembro, véspera do assassinato de Zampieri, a juíza Luciana Braga Simão Tomazetti, da Comarca de Paranatinga, afirma que não deveria decretar a reintegração imediatamente, pois existiam haviam dois embargos pendentes de julgamento, além de indícios de sobreposição de áreas. Porém, ela determinou que fossem recolhidas as custas para consulta de sistema para penhora.

Zampieri foi assassinado no dia seguinte a essa decisão, em 5 de dezembro, em frente ao seu escritório, no bairro Bosque da Saúde, em Cuiabá. A vítima estava dentro de uma picape Fiat Toro quando foi atingida com diversos disparos de arma de fogo.

O executor do crime foi preso na cidade de Santa Luzia, região metropolitana de Belo Horizonte (MG). O mandado de prisão de Antônio Gomes da Silva foi cumprido pela Delegacia de Homicídios da capital mineira em apoio à Polícia Civil de Mato Grosso, que investiga o crime ocorrido contra o advogado. A Polícia chegou a prender uma empresária de Minas Gerais por suspeita de ser mandante do crime, mas posteriormente ela foi liberada por falta de provas.

Na manhã desta segunda-feira, 11 de março, Aníbal Laurindo se entregou à Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa. A esposa dele, Elenice Ballaroti Laurindo, também investigada pelo homicídio, continua foragida.

Agora, com mais os dois suspeitos, a policia já identificou cinco pessoas que partciparam do assassinato do advogado. Antônio Gomes da Silva, Hedilerson Barbosa e Etevaldo Luiz Caçadini foram indiciados pela execução de Roberto Zampieri.

Antônio é apontado como o atirador, que executou Zampieri com cerca de 11 tiros. Hedilerson, que tem registro de Caçador Atirador e Colecionador (CAC), teria contratado Antônio e fornecido a arma usada na execução. Já Etevaldo Luiz, coronel da reserva do Exército Brasileiro, é suspeito de ter financiado o crime.

As participações de Aníbal Manoel Laurindo e Elenice Ballaroti Laurindo na morte de Zampieri ainda estão sendo investigadas. 

Saiba mais sobre o caso AQUI.

 

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