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Polícia Sexta-feira, 20 de Setembro de 2024, 10:33 - A | A

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GOTA D'ÁGUA

Servidores do DAE deixavam povo de VG na seca para cobrar propina, diz polícia

Da Redação

Redação | Estadão Mato Grosso

Servidores públicos do Departamento de Água e Esgoto de Várzea Grande (DAE-VG) deliberadamente interrompiam o fornecimento de água para os moradores do município, exigindo propina para restabelecer o serviço. A revelação foi feita pela Polícia Judiciária Civil (PJC) durante a Operação Gota D'Água, deflagrada nesta sexta-feira, 20 de setembro, para desarticular um esquema criminoso instalado na Diretoria Comercial do órgão, que teria causado prejuízo de R$ 11,3 milhões aos cofres públicos.

De acordo com a Polícia Civil, os servidores do DAE-VG, com o aval de seus superiores, criavam dificuldades artificiais no fornecimento de água à população, obrigando os moradores a pagar valores indevidos para terem acesso ao serviço. Em diversas ocasiões, os servidores criavam problemas artificiais na distribuição de água e só executavam os reparos ou as ligações de fornecimento mediante o pagamento de propina pelos consumidores. Em várias situações, moradores foram deixados sem água por dias, enquanto os envolvidos aguardavam o recebimento de dinheiro para regularizar o serviço.

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Entre os principais alvos da operação está o diretor comercial do DAE-VG, Alessandro Macaúbas Leite de Campos, e o vereador Paulo Pereira (União), apontados como líderes do esquema. O vereador é suspeito de usar sua posição política para pressionar servidores a participar da organização criminosa, além de direcionar a estrutura do DAE em benefício de sua campanha eleitoral.

As investigações revelaram ainda que os servidores corruptos recebiam propina para alterar débitos e reduzir o valor de faturas de água de determinados consumidores. Essas fraudes resultaram em um prejuízo estimado de R$ 11,3 milhões à autarquia desde 2019. Além disso, foram identificados vários casos em que moradores de Várzea Grande enfrentaram longos períodos sem abastecimento devido à ação do grupo criminoso.

A operação cumpriu 123 mandados judiciais, incluindo 11 prisões preventivas e 18 afastamentos de servidores públicos. A Justiça também determinou o sequestro de seis imóveis, 26 veículos e o bloqueio de contas bancárias dos 22 investigados, no valor total estimado do prejuízo. A prefeitura de Várzea Grande foi ordenada a intervir imediatamente na diretoria comercial do DAE para assegurar a retomada do serviço de água e esgoto de forma regular e gratuita à população.

A Prefeitura de Várzea Grande foi obrigada a intervir imediatamente na diretoria comercial do DAE para garantir a normalização dos serviços de água e esgoto.

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