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Polícia Quarta-feira, 06 de Dezembro de 2023, 17:17 - A | A

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MANÍACO DE SORRISO

Polícia conclui inquérito contra pedreiro que matou e estuprou família

Gilberto Rodrigues irá responder por quatro homicídios qualificados, dois estupros e, ainda, por estupro de vulnerável

Da Redação

Redação | Estadão Mato Grosso

O delegado Bruno França, titular da Delegacia Regional de Sorriso, concluiu inquérito da chacina de uma mulher e suas três filhas, ocorrido no último dia 27 de novembro. Ele indiciou o pedreiro Gilberto Rodrigues dos Anjos, de 32 anos, quatro vezes pelo crime de homicídio triplamente qualificado, duas vezes pelo crime de estupro e, ainda, pelo crime de estupro de vulnerável contra a vítima de 12 anos.

Os homicídios foram agravados pelas seguintes qualificadoras: meio cruel, recurso que impossibilitou a defesa da vítima, garantir a execução de outro crime e menosprezo à condição de mulher (feminicídio). Além disso, os homicídios contra as menores de idade receberam mais uma qualificadora, de crime cometido contra menor de 14 anos, previsto na Lei Henry Borel.

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Responsável pela investigação, Bruno França classificou a cena como brutal e afirmou que o cenário marcará a vida de todos os policiais e peritos envolvidos na apuração do crime, que chocou todo o estado de Mato Grosso.

Cleci Calvi Cardoso, 46; Miliane, 19; Manuela, 12; e Melissa, 10 anos; foram encontradas mortas com diversos ferimentos no corpo, dentro da casa da família, no bairro Florais da Mata, em Sorriso.

Gilberto Rodrigues foi preso em flagrante na mesma manhã em que foram encontrados os corpos. Ele trabalhava em uma obra próxima à casa da família e monitorava a rotina das vítimas antes de cometer os crimes.

Em seu depoimento, ele confessou que invadiu a casa na sexta-feira à noite, dia 24 de novembro, supostamente para roubar. Quando foi confrontado pela mãe, que tentou defender a família, matou Cleci. Em seguida, matou as três filhas dela, cometendo em seguida o estupro contra três, das quatro vítimas. Com o criminoso, a Polícia Civil encontrou a calcinha de uma das vítimas.

“Considerando o idêntico histórico de crime sexual do indiciado, bem como o fato de que absolutamente nenhum objeto de valor fora levado da casa, as afirmações dele em interrogatório não condizem com o que foi apurado. Ademais, o único objeto retirado da casa foi uma peça íntima da menor de doze anos”, atestou o delegado Bruno França.

Laudo pericial confirmou a presença de material genético do criminoso em uma das vítimas que sofreu estupro, a menina de 12 anos. Os demais laudos periciais ainda estão em fase de conclusão pela Politec.

DILIGÊNCIAS

Preocupado por não ter notícias da família, o pai e marido das vítimas entrou em contato com a PM em Sorriso e informou que estava em viagem a trabalho e não conseguia falar com a mulher e as filhas. Ele relatou ainda que ao telefonar para a escola das filhas, foi informado da ausência delas, o que o deixou aflito e solicitou a assistência policial.

Uma equipe da PM foi à casa da família e viu o veículo na garagem e a agitação dos cachorros no quintal. Após chamar pelas moradoras, os policiais entraram no quintal e viram pela porta de vidro duas pessoas caídas no chão, aparentemente sem vida. O Corpo de Bombeiros deu apoio e fez inspeção na casa, identificando uma janela aberta, por onde um militar entrou e depois abriu a porta da casa.

A Divisão de Homicídios da Delegacia de Sorriso assumiu a investigação e, após a coleta inicial de informações, acompanhou o exame pericial conduzido pela Politec. Foi apurado que o autor do crime entrou na residência pela janela do banheiro, iniciando em sequência o ataque às vítimas. Os peritos identificaram ainda impressões de sola de chinelo nas manchas de sangue no piso da residência.

A equipe da Polícia Civil seguiu com as diligências e, em duas obras em construção, onde vários homens trabalham, foram realizados levantamentos de informações. Entre os cinco trabalhadores do local, um deles dormia na obra, identificado como Gilberto Rodrigues dos Anjos. Ao ser entrevistado pelos policiais, ele ficou nervoso e alegou não ter ouvido qualquer barulho na casa das vítimas durante o final de semana. Questionado sobre onde descansava, ele apontou o local, no piso superior da obra, que dava visão para a casa das vítimas. Como documento, Gilberto apresentou apenas a cópia da identidade.

Ao vistoriar os pertences do suspeito, ele disse não ter calçados, mas os policiais civis encontraram um chinelo compatível com as marcas deixadas no piso da residência da família e foi confirmado se tratar do mesmo calçado.

Durante checagem dos dados pessoais, os policiais apuraram que Gilberto já tinha dois mandados de prisão em aberto, um pela Comarca de Lucas do Rio Verde, por crime sexual, e outro pela Comarca de Mineiros, em Goiás, pelo crime de latrocínio.

Confrontado com as informações, ele confessou que atacou as quatro vítimas na noite de 24 de novembro. Depois de esfaquear três vítimas e, quando elas ainda agonizavam, ele cometeu abuso sexual contra a mãe e duas filhas. Já a menor de 10 anos morreu asfixiada.

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