A perícia realizada no corpo da adolescente Isabele Guimarães Ramos, 14 anos, confirmou que o tiro que a matou foi realizado a curta distância. A jovem foi morta por um tiro supostamente acidental disparado por sua amiga, que também tem 14 anos, em uma casa no condomínio de luxo Alphaville I.
“Diante dos achados da necropsia concluem os peritos que a morte de Isabele Guimarães Ramos deu-se em decorrência de traumatismo crânio-encefálico por ação de instrumento pérfuro-cortante, com disparo de arma de fogo efetuado a curta distância”, diz trecho do documento, de 42 páginas.
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O Estadão Mato Grosso teve acesso apenas à conclusão dos peritos e ainda não foram divulgados outros detalhes, já que o laudo está sob segredo de justiça. Ainda não é possível afirmar que esse laudo desmente a versão apresentada pelos investigados. Segundo eles, a arma teria caído no chão e disparado acidentalmente, acertando a cabeça de Isabele.
Na versão apresentada pela adolescente, o namorado - também adolescente de 16 anos - teria pedido para deixar a arma em sua casa, temendo que fosse parado em uma blitz na volta para o seu apartamento e ter o objeto apreendido pela polícia, já que ele não possuía autorização para andar armado.
Em entrevista à imprensa, a mãe de Isabele disse que não acredita que o disparo teria sido acidental.
"Eu não acredito nisso, eu não estou desmentindo o depoimento dela (investigada), mas eu como mãe não entendo de armas, mas acho isso muito pouco provável, como que um disparo acidental aconteceu justo na cabeça da minha filha? Não poderia ter sido em um braço, numa perna?", questionou.
RECONSTITUIÇÃO
Após receber o laudo pericial, o delegado Wagner Bassi afirmou à equipe do Estadão Mato Grosso que deve pedir a reconstituição do crime para esclarecer as circunstâncias do disparo. Bassi pediu mais laudos à perícia e aguarda a entrega dos resultados antes de decidir sobre a reconstituição. Nesta semana, ele segue ouvindo o relato de testemunhas.
Nesta quarta-feira, também foram ouvidos na Deddica, o agropecuarista e seu filho de 16 anos. O genitor é proprietário da arma que matou Isabele, já seu filho é namorado da adolescente que teria feito o disparo e seria o responsável por ter levado a arma para a casa do sogro e deixado lá.
Ambos saíram em silêncio da delegacia e não estavam com advogados. Patrícia iria depor também na Deddica nesta quarta-feira, mas o seu depoimento foi remarcado para a quinta-feira (23), assim como outras testemunhas do caso que completa 10 dias nesta quarta-feira.
A investigação de acordo com Wagner Bassi ainda não tem uma previsão para ser concluída, mas que os trabalhos continuam de forma incessante, para elucidar o caso.
*Nomes dos envolvidos preservados em cumprimento ao Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA)