Edson Joel de Almeida Meira, pai de Rogério Meira, prefeito do município de Jangada, passou mais de 10 horas em cárcere privado e sob a mira de criminosos que invadiram sua fazenda e o sequestraram na madrugada deste domingo (22). Edson foi levado a um cativeiro e conseguiu escapar após um descuido de um dos bandidos e armado com uma garrafa de vidro, afugentou o criminoso, dando o intervalo necessário para ele escapar.
A informação foi revelada pelo delegado Gustavo Belão, da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), na manhã desta segunda-feira (23), em entrevista concedida à imprensa na sede da GCCO, em Cuiabá. Conforme Gustavo, oito bandidos teriam invadido a propriedade de Edson e rendido os funcionários.
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“Então esses criminosos permaneceram na fazenda, da 1 hora da manhã até às 6 horas da manhã, quando o senhor Edson chegou a fazenda. Ele foi abordado e ali foi anunciado o seu sequestro. Ele foi levado da fazenda, juntamente do seu veículo e os oito criminosos até o cativeiro. Lá no cativeiro ele permaneceu até por volta das 16 horas mais ou menos”, narrou o delegado.
Durante as investigações para prender o bando e libertar a vítima, os policiais conseguiram prender três criminosos, são eles Alice Stefani dos Santos, de 24 anos e seu companheiro, também envolvido no sequestro, Vittor Campos, de 25 anos e que usava tornozeleira eletrônica. A dupla foi presa em Nova Marilândia.
Uma terceira pessoa foi presa em flagrante, em Nova Olímpia e identificada Beatriz Pertensen de Jesus, de 22 anos, foi identificada após receber uma quantia em dinheiro dos familiares da vítima.
Conforme o delegado, esses três criminosos seriam os responsáveis por extorquir os parentes da vítima e pediram o resgate pela vítima.
“Esse preço (do resgate) começou em torno de mil reais e ao longo do dia foi subindo, de dois para quatro, depois para cinquenta e chegou a R$ 70 mil”, explicou Gustavo.
Ainda segundo o delegado, os três presos estão a parte dos oito que sequestraram Edson em sua fazenda. Os sequestradores ainda não foram identificados.
A motivação inicial, apontada pela GCCO seria que os criminosos sabiam das posses do pai do prefeito de Jangada e por isso se tornou alvo do bando.
A Fuga
Segundo o delegado, Edson estava preso no cativeiro com dois criminosos, um armado e outro desarmado, o vigiando. A vítima estava dopada, drogada pelos criminosos para que ele se mantivesse ali e, em determinado momento, a água do cativeiro acabou. O bandido armado saiu e a vítima ficou sozinha com o outro sequestrador.
“Foi ali que ele (Edson), identificou uma oportunidade de tentar fugir. Ele alega que viu uma garrafa de vidro próximo, pegou a garrafa, conseguiu se soltar e partiu para cima do criminoso. Ele tem um porte físico avantajado, ele é forte e o criminoso ficou com medo, por isso fugiu”, disse Belão.
Livre dos seus sequestradores, Edson fugiu pelo matagal, se machucando no caminho e após andar cerca de sete quilômetros, chegou em uma região conhecida como Rancharia. De lá, Edson acionou a polícia e foi resgatado.
Ainda sobre os criminosos presos, o delegado declarou que o trio atuava diretamente na parte de extorsão e não tinha total ciência do que os sequestradores faziam, bem como também não sabia exatamente o local onde Edson estava sendo mantido.
Os suspeitos que invadiram a fazenda não estavam com o rosto tapado e devem ser identificados ao longo das investigações.
