Uma enfermeira, que será identificada apenas como 'Amanda', denunciou na manhã desta segunda-feira (5) o hospital particular São Judas Tadeu, localizado no Jardim Califórnia, em Cuiabá, por uma série de erros médicos que teriam levado à morte de pacientes.
Segundo a enfermeira, faltam equipamentos e medicamentos no hospital para atender os pacientes com quadro grave de covid-19. Ela relata ainda que os pacientes estariam sendo intubados de forma errada, levando à piora de seu quadro de saúde.
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"Falta equipamento. Respirador, não tem sedação, noradrenalina, dormonid. Eles estão colocando morfina nos pacientes. Amarra os pacientes", disse.
Amanda conta que chegou a denunciar o caso para o Conselho Regional de Enfermagem (Coren), após receber ameaças de seu supervisor. "Não deu 10 minutos e eu fui mandada embora".
"Se o Coren entrar lá dentro, vai ver que ali dentro os pacientes estão incorretos. Eles fecharam o centro cirúrgico e intubam de qualquer jeito. Sai sangue pelo olho, sangue pelo nariz [...] É muito feio", pontuou.
Em conversa com jornalistas, na delegacia, a enfermeira afirmou que um dos casos de erro médico aconteceu com o major PM Thiago Marins de Souza, 34 anos, que morreu neste domingo (4).
“Ele pediu socorro: ‘me tira daqui, estão me matando’. Eu chorava. Eu passando a mão na testa dele e chorava. [...] Aí o que eu escutei quando trocou o plantão? ‘Vamos ter que deixar um morrer ou deixar ele morrer'", disse a enfermeira.
FALTA DE HIGIENE
Amanda relatou ainda que o hospital não estaria prestando o atendimento devido aos pacientes que estão internados. Segundo ela, o hospital estarial negligenciando os cuidados com higiene pessoal.
"Estão deixando os pacientes sujos, ‘cagados’, todo sujo no leito. Enfermeiro só sabe cobrar campainha. Paciente tá ligando, grita socorro, mete tupperware na porta para chamar as pessoas, que não vão", afirmou.
A profissional relata ainda que há casos de internação de pessoas que não precisam de cuidados médicos intensivos. Ela aponta que um idoso foi internado pela filha por uma suposta necessidade de oxigênio, mas o gás não foi fornecido ao paciente.
Amanda relata que chegou a confrontar a equipe médica sobre o caso e foi orientada a "colocar uma mangueira" para justificar a internação.
"Isso aí é para superfaturar, ganhar dinheiro. Interna paciente no sofá, o paciente fica com fome. Fala, na hora que vai entrar, que vai comer e não come. Filhos vão lá e falam ‘se não for fazer comida, eu trago’", denunciou.
Um boletim de ocorrência foi registrado e o caso será investigado pela Polícia Civil. O Conselho Regional de Enfermagem informou que já enviou uma equipe de fiscalização ao local para constatar a veracidade da denúncia.
OUTRO LADO
O Hospital São Judas Tadeu vem, nesta oportunidade, negar veementemente todas as notícias veiculadas na data de hoje, 5 de abril de 2021, que envolvem condutas supostamente promovidas em desfavor da saúde dos pacientes.
As acusações espúrias foram proferidas por uma funcionária que trabalhou 50 dias na Instituição, e foi demitida na semana passada justamente por práticas dissonantes com as exigidas pelo Hospital e, por isso, utiliza-se dessa pauta com cunho de promover retaliação e vingança.
É evidente que as afirmações são desprovidas de qualquer fundamento e principalmente provas. Diante da gravidade, o Hospital está empenhado na adoação das medidas cíveis e criminais cabíveis em face da profissional e isso será a maior resposta que poderemos dar a população.
De qualquer forma, reforçamos que o Hospital São Judas Tadeu é uma Instituição séria e respeitada, com histórico de excelência em serviços prestados à população cuiabana há mais de 35 anos.
Sempre atuamos com profissionais sérios e comprometidos com a ética e o bem estar dos pacientes e assim permaneceremos nossa caminhada.