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Polícia Sexta-feira, 11 de Abril de 2025, 12:46 - A | A

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GUARDIÃ DOS VULNERÁVEIS

Defensoria Pública cobra rigor na apuração das mortes de Cleia e Ney, em situação de rua

Assessoria

A Defensoria Pública do Estado de Mato Grosso afirmou nesta quinta-feira (10) que acompanhará de perto as investigações das mortes de Cleia Lina dos Reis, de 44 anos, e de Ney Muller Alves Pereira, de 42, ambos em situação de rua e mortos na noite de quarta-feira (9), em diferentes pontos de Cuiabá.

Ney foi assassinado com um tiro no rosto, em frente à Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), após supostamente jogar pedras em veículos que passavam pela região. Um dos motoristas teria retornado ao local, descido do carro e efetuado o disparo. O suspeito é Luiz Eduardo Figueiredo Rocha e Silva, procurador da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), que está sendo ouvido pela Delegacia de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP).

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Já Cleia morreu atropelada por um caminhão da empresa ALT Brasil, na Rua Comandante Suídio, no bairro Porto. Testemunhas relataram que ela atravessava a via quando o veículo, que havia parado no sinal vermelho, avançou após o semáforo abrir. O motorista foi localizado na sede da empresa, submetido ao teste do bafômetro, e o resultado não apontou ingestão de álcool.

Por meio do Grupo Estratégico na Defesa da População em Situação de Rua (Gaedic/Pop Rua), a Defensoria lamentou as mortes e reafirmou o compromisso com a defesa dessa população, que “enfrenta diariamente a invisibilidade social, o preconceito e a negligência institucional”.

Embora não represente nenhuma das partes, o órgão informou que atuará nos casos como custos vulnerabilis – guardiã dos vulneráveis –, para garantir que os processos sejam conduzidos com seriedade, transparência e respeito à dignidade das vítimas.

A Defensoria também alertou para o risco de arquivamento precoce ou investigação superficial, em razão do perfil social das vítimas, e defendeu mudanças estruturais e políticas públicas que assegurem saúde, moradia e segurança à população em situação de rua.

“Episódios como estes exigem não apenas apuração rigorosa, mas também o combate à seletividade penal e institucional”, diz o texto.

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